Feliz dia para a mulher dos outros, pra minha, não.

O que tenho a dizer nesse 8 de março:
Que é fácil dizer “Feliz Dia das Mulheres”, todo mundo sabe.
É fácil defender “as mulheres”, difícil é reconhecer isso naquelas que estão ao seu redor.
Deixar de ser o cara acomodado que espera a esposa dizer o que tem que ser feito para a casa ficar arrumada, não.
Falar de modo respeitoso sobre as mulheres que o rodeiam – as íntimas e as desconhecidas, não.
Promover uma mulher no trabalho, mesmo que ela tenha filhos, não.
Deixar de achar que todas as coisas ligadas ao cuidado do corpo são obrigações femininas, não.
Faltar ao trabalho para ficar cuidando do filho, ao invés de atribuir isso à mulher, não.
Não dividir as mulheres entre “comíveis” e “casáveis”, quase impossível.
É fácil defender “as mulheres”. Difícil é mudar o comportamento machista que nos rodeia no cotidiano.
É educar seus filhos para que sejam companheiros, parceiros, e não mero “ajudantes”. É educar suas filhas para que sejam livres em suas escolhas – da roupa à sexualidade, passando pela questão do casamento e da vontade de parir.
É entender que ao ofender, rebaixar, humilhar uma mulher que depende de você, você a faz se sentir o pior dos seres humanos. E me desculpem, homens, mas não é o mesmo para vocês.
Dizer que somos delicadas, para esconder que somos “fracas”, dizer que devemos nos preocupar mais com nossas aparência para manter o casamento, depois nos chamando de fúteis.
Deixar de correr, de ter “medo” de mulheres que são inteligentes, empoderadas, conscientes de si e donas de seu corpo. Deixar de julgar aquelas que estão além daqueles que são machistas e dominados.
Que as pessoas tomem consciência de que ainda há muitas e muitas mulheres que são abusadas, violentadas e mortas por causa de seu machismo ridículo. E quem bate, quem ofende, quem massacra são pessoas que também tem FB, que também compartilham foto de “feliz dia das mulheres” e que são incapazes de enxergar sua PRÓPRIA esposa como digna de recebimento deste mesmo trato dado às outras.
Não desejo feliz dia das mulheres. Desejo um Despertar da consciência sobre as condições das mulheres. e ponto.

Calcinhas beges, lenços, tesão

Um cara escreveu sobre as mulheres não usarem mais calcinhas beges. E a minha calcinha bege ficou furiosa lá na gaveta… ou aqui no meu corpo.

Ultimamente, tenho começado a ficar com birra em relação a certos discursos. Não sei, talvez seja a idade, talvez seja o momento, talvez seja a TPM. Quando esses discursos contêm, então, aquele machismo… eu realmente fico furiosa e “subo nas tamancas”.

Aí, o cara resolve escrever que “toda mulher com calcinha bege deve portar um lenço da mesma cor na cabeça”. Gente, sei lá… eu tô muito louca ou é muita imbecilidade numa mesma frase? “Sofia, – irão me dizer os amigos -, mas toda vez você cai no conto do post escrito só para criar polêmica?” Acho que sim.

Eu resolvi escrever porque acho uma ótima oportunidade para reflexão. Algumas perguntas ficaram martelando depois que li o texto do infeliz, porque, sabe, ele realmente tem todo o direito de detestar a calcinha bege, assim como eu acho engraçadíssimo homens de cuecas pequenas e vermelhas. Até aí, tudo bem.

Acho que um dos pontos é a questão da iniciativa da mulher. Quantas vezes eu já não escutei que devemos sempre estar lindas e cheirosas e com um pijama lindo para atrairmos os maridos? Eu mesma já escrevi sobre esses momentos aqui no blog. Só que eu revoltei. Por que a iniciativa (quer dizer, disfarçadamente, insinuarmos que queremos algo com roupas mais atrevidas) tem que ser nossa? Por que não pode rolar tesão com aquele pijaminha confortável? Quantos caras você conhece que tem um pijama mais sexy?

Outro ponto é a questão do lenço na cabeça. Juro que não entendi. Se eu estou usando calcinha bege é sinal de que não quero sexo? Por quê? As mulheres que usam calcinha bege não “merecem” ser “comidas”? Mais essa? Os homens já fazem de nós gato e sapato quando querem. Quantas de nós já não levaram foras e foras porque somos diferentes do padrão que os homens estabeleceram? Juro que não foi a calcinha bege que me fez levar altos foras por aí… A gente continua sendo, para muitos homens, apenas objetos que devem ser apreciados ou não, como se fôssemos só isso mesmo.

O que eu também queria dizer para o moço é que, um dia, a namorada dele também usará calcinhas beges, pijamas velhinhos confortáveis e, nem por isso, terá perdido o apetite sexual. E aí? O que ele vai fazer? Perder o tesão?

A gente fica adulta, se enche de responsabilidades e filhos. A gente tem trabalho, mas a gente também tem casa para cuidar, meia para esfregar, cueca para estender, camisa para passar. Se você não precisa fazer nada disso, bem-vindo a outras classes sociais. Juro que não é muito agradável usar calcinha fio-dental enquanto lava a louça, alimenta criança e põe roupa para bater na máquina. E depois de um dia desses, muitas vezes, o mais gostoso é aquele pijaminha simples que alguns homens teimam em chamar de anticoncepcional. Debaixo dessa roupinha ordinária, tem, sim, um corpo quente e cheio de tesão. Importa mesmo a capa?

P.S.: Em contrapartida a este moço, outro, o Erico Verissimo, do mesmo site, Papo de Homem, escreveu algo brilhante sobre o mesmo tema – as calcinhas beges: “Amor, tesão e calcinhas bege”, aqui.

As vadias, os partos e os peitos

Da página no FB Movimento Direito Para Quem

Todo mundo ouviu, ou leu, ou viu, em algum momento, sobre a Marcha das Vadias. Se não sabe o que é, vale a leitura da Revista TPM, aqui. Não participei, li algumas coisas e concordo com tudo.

Essa semana que passou, aconteceram várias manifestações em defesa do Parto Domiciliar, ou melhor, sobre o direito da mulher escolher que tipo de parto quer. A Ligia, do blog Cientista que virou mãe, escreveu um post muito bom sobre isso, aqui.

Ontem à noite, fui parar no ótimo blog da Lola, Escreva Lola escreva, e, conforme lia um texto após o outro, todas as fichas foram ressoando dentro de mim, enquanto caíam.

Como resumir ou explicar tudo o que estou pensando e sentindo?

Acho que um grito pode dar conta… (outro, vivo gritando por aqui, né?)

Se ser vadia é sinônimo de fazer o que quer com a própria vida e o próprio corpo, então, sabem, sempre fui uma vadia. Dessas bem dadas mesmo.

Adolescente, ao descobrir minha sexualidade, perdi meus medos e tornei-me dona das minhas escolhas. Fiz o que quis. Saí com quem achava que valia a pena. Usava saia curta e top. Usava calça baixa e blusa curta. Fui bem vadia.

A gente bem sabe o preço que se paga por ser assim. Não é uma apologia à sexualidade desenfreada. É uma constatação de quem é dono de quem. Saí com muito cara FDP. Mas as amigas que não transavam também saíam com caras assim. Naquela época, eu não acreditava em machismo (!) – eu agia dentro da minha lógica e não podia enxergá-lo.

Da página no FB “Marcha do Parto em Casa”

Há pouco tempo, fui mãe. Duas cesarianas, mesmo sempre tendo sonhado com o parto normal – por falta de escolha, por falta de informação, por muitas causas. A primeira, empurrada pelo médico. A segunda, depois de estourar os prazos, acabei desistindo, cedendo… A minha síndrome do pânico provavelmente atrapalharia muito um parto domiciliar. Ainda assim, acredito que é uma escolha da mulher e não do médico.

Agora, os peitos. Os meus peitos, minha gente, os meus peitos. Meus peitos estão molinhos, pequenos, flácidos. E eu queria pôr silicone até 12 horas atrás. Mas aí eu li o texto da Lola sobre peitos, aqui, e, querem saber?, quem me ama, vai ter que ter tesão nos meus peitos do jeito que estão!

Porque eu vou envelhecer, porra!

Meus cabelos já estão brancos, minha pele já não é tão lisa e aí? Quem envelhece não pode mais ser desejada, não pode mais transar com muito tesão?

Por que temos que ser o referencial masculino de beleza, de esposa, de mulher e não o nosso próprio?

Escolhi parar de trabalhar para cuidar dos meus filhos – por que isso seria sinônimo de estupidez? Quem disse que dona-de-casa é burra?

(é, tô misturando tudo)

Sou bem vadia. Sou mulher que escolhe o que quer. Sou dona-de-casa culta. Tenho peitos pequenos, unhas por fazer e cabelos por pintar. Por que devo me sentir menor?

As tantas exigências…
Ilustração de Juliana Camargo

Precisamos dizer “não” aos médicos que impõem suas condutas de parto; aos imbecis que alegam culpa da mulher em um estupro; aos homens que não têm relacionamentos com mulheres que transam logo, com mulheres independentes, com mulheres inteligentes; às pessoas que atribuem à beleza o fracasso ou o sucesso de uma relação.

Para! Não sou namoradinha do Brasil, nem atriz de filme pornô. Eu não tenho o corpo delas e nem preciso agir como elas. Posso ser eu, misturando ou alterando-as com as outras dentro de mim.

As marchas do parto e das vadias, as discussões que já tivemos aqui sobre humoristas, amamentação e blogueiros, é tudo uma coisa só: um grito de basta a esse machismo velado, a essa necessidade de beleza de mentira, a esse monte de babaca, filhos de chocadeiras.

Porque mesmo que você só tenha tido um homem na sua vida, mesmo que você seja modelo de capa de revista, mesmo que você tenha feitos mil cesáreas marcadas, ainda assim, você, amiga, como eu, é dona de seu corpo e das suas escolhas. Todas nós temos que dizer chega!

O cabelo, a vaidade e o Formol

Tudo bem, todo mundo sabe que o formol da escova progressiva pode ser um problema. Mas toda mulher que tem cabelos indomáveis sabe que outras escovas não fazem o mesmo efeito. Meu cabelo não é enrolado. Por sinal, ele é relativamente liso. Mas tem a frente, tem aqueles cabelinhos “bebês” que sobem, ficam ouriçados como  raios de sol em desenhos de criança. E isso acaba com a minha (pouca) vaidade.

Então que eu nunca fiz muitas escovas na minha vida. Devo ter feito umas duas progressivas e uma três “inteligentes” e eu estava cansada dos meus bonitos fazendo “ola” na minha testa todos os dias… E aí que eu resolvi que ia fazer uma progressiva e fodam-se todos os problemas que já li e vi com o formol. E fui, linda, feliz em um salão acessível ao meu bolso e muito recomendado.

Durante as duas horas e meia que estive lá, não me senti muito bem, mas sabia que era por causa do produto. Quando voltei para casa, comecei a sentir os efeitos de forma mais intensa: falta de ar, tremedeira, taquicardia, mãos gélidas. Como sou uma pessoa normal, not, subiu aquele desespero: hospedada na casa da minha irmã, sem maridon por perto, com a sister trabalhando e três crianças a todo vapor, o que eu ia fazer? Liguei para várias pessoas para saber se era normal. Comecei a entrar em pânico, até que a super-liga das amigas, tanto por telefone, quanto pessoalmente, entrou em ação. Uma amiga me acalmava por telefone, outra veio nos buscar, outra olhou a galerinha e fomos – eu e uma amiga – para o hospital.

A minha questão – e a de todos com quem conversei e me conhecem – era: até que ponto o que eu sentia era devido à inalação do formol ou era devido à síndrome do pânico. Quanto mais eu pensava, mais nervosa ficava – porque seria injusto demais dar tanto trabalho a tanta gente por causa de uma crise de pânico.

Logo que cheguei ao hospital, informei que era intoxicação por formol e fui rapidamente atendida. O que descobri? Não era uma crise de pânico, era intoxicação mesmo e a melhor coisa que tinha feito era ter procurado ajuda médica, pois poderia piorar ao longo da noite. É lógico que o desespero não faz parte da intoxicação, mas a preocupação era genuína…

Saindo de lá, devidamente medicada e dopada, fiquei pensando no custo que pagamos pela nossa vaidade. Quantas pessoas não passam mal, algumas chegando a óbito, por causa da vaidade? Seja em função da progressiva, ou de uma lipo, ou de uma plástica e outros tantos milagres prometidos pela indústria da beleza?

Por que eu não posso aceitar meus indomáveis cabelinhos? Por que as pessoas precisam julgar minha aparência, ou até mesmo quem sou, por não ter o cabelo considerado mais bonito? Será mesmo que a gente precisa se maltratar tanto para alcançar níveis de beleza absurdos (não que eu tenha sequer me aproximado deles, mesmo com meus lisos cabelos)? A gente condena fumantes, alcoólatras, viciados em drogas, obesos, compulsivos de todas as formas. E a vaidade? Será que quem se propõe a todo tipo de intervenção, correndo o risco de morte, não poderia ser colocado no mesmo hall? E eu não estou me excluindo não, amigos, porque sou fumante e fiz a progressiva.

Na verdade, por que não podemos aceitar quem somos do jeito que somos? (não tenho a resposta, tá, se alguém a tiver, por favor, escreva!)

Do machismo disfarçado

Não é a primeira vez que leio um comentário grosseiro de um homem em um desabafo feminino. Outro dia, em um site sobre maternagem, a mãe fala sobre o quanto idealizamos esse momento e o quanto a realidade, pode ser diferente. Ótimo texto, por sinal, no MinhaMãequeDisse. Aí, o sujeito todo cheio de si escreve nos comentários o quanto essa mãe explora sua babá e blábláblá, tentando massacrar a mãe por suas escolhas. A autora do texto, a Mariana Zanotto, do blog Pequeno guia prático para mães sem prática, respondeu à altura e colocou o sujeito em seu lugar. Ele até desenvolveu melhor o assunto em um post no próprio MMqD, posteriormente. Apesar da sua explicação sociológica, econômica, etc, nada me tirou a impressão ruim de sua grosseria.

Até meu filho nascer, eu achava que o machismo tinha ficado lá com a queima dos sutiãs. Ilusão de quem foi criada por um pai muito participativo, por crescer em um ambiente nada machista e por ser, na maior parte do tempo, tão desconectada da realidade. Com as crianças, vieram diversas cobranças inesperadas – não necessariamente do meu marido, mas da sociedade em geral.

Não sou do tipo feminista radical, mas, realmente, vivemos sob o machismo – muito bem disfarçado de discursos igualitários. Vemos o machismo em diversos lugares: no óbvio, que eu não achava, como os cuidados com o lar – quantos homens você já ouviu dizendo que não pode fazer algo porque tem muita roupa para lavar? -; nos cuidados com os filhos; na imposição da imagem da mulher gostosa; no discurso da liberdade feminina, quando, na verdade, eles não estão nem um pouco preocupados com isso.

Uma das melhores ferramentas para isso é a inação. Por exemplo, quando estamos em casa, e algo precisa ser feito, o homem não diz (mais) “mulher, você precisa lavar esta louça”. Ele simplesmente não lava. Às vezes, não é a louça, mas a roupa, a faxina, qualquer coisa que, geralmente, se atribui às mulheres. Se eles não querem fazer, não falam nada, mas também não o fazem.

Sim, eu sei que, em muitas casas, as coisas não são assim. Sei que há homens que não agem nunca deste modo – meu pai é um deles, nunca o vi ser machista em aspecto nenhum…

Nós, mulheres, temos um nível de exigência interna de sermos perfeitas em quase tudo que assumimos e acabamos nos sentindo massacradas…

Daí que eu fiquei pensando em todas as coisas que, geralmente, são atribuídas às mulheres:

– manter a casa limpa e organizada, sem a ajuda de uma diarista (já que, como disse o Pedro, é uma exploração – não vou entrar nessa discussão, tá?);

– ter parto normal a qualquer custo e amamentar por, pelo menos, 1 ano, sem chances de erros;

– preparar uma alimentação equilibrada para as crianças nos horários certos e a comida preferida do marido;

– não permitir que as crianças vejam televisão ou joguem vídeo game;

– brincar com as crianças o maior tempo possível;

– colocá-los para dormir na hora certa;

-ser uma excelente profissional;

– não contratar uma babá (pelos motivos expostos pelo Pedro);

– não colocar na escolinha antes dos 2 anos;

– ser a pessoa que falta no trabalho quando as crianças adoecem;

– pôr limites nos filhos;

– estar sempre linda, cheirosa, gostosa e disponível para o sexo;

– entender quando o homem não quer sexo;

– não gastar demais;

– não falar demais, principalmente na frente dos amigos dele;

– preocupar-se com horários, tarefas, bolsa da escola, bolsa do passeio, horários dos remédios, consultas com médicos.

 

Preciso deixar claro algumas coisas quanto essa lista: primeiro, eu não acho que tenha problema fazermos tudo isso, ou parte disso, faz parte das nossas escolhas como família; segundo, algumas coisas são absurdas, mas, juro, que já vi várias delas; terceiro, eu sei que isso NÃO acontece em todas as casas, pus tudo o que me veio à mente para ilustrar um pouco o que estou falando.

Muitos homens dirão que não cobram nada disso de suas mulheres. Em parte, é verdade mesmo. Como disse anteriormente, não cobram, mas também não fazem. E aí, como muitas dessas coisas precisam ser feitas, somos nós que corremos atrás.

Outro ponto é que as próprias mulheres podem ser muito machistas umas com as outras. Então, me lembrei lá da 6a série: enquanto as meninas ficavam brigando para ver quem era a mais bonita, a mais popular, a mais isso ou aquilo, os moleques jogavam bola juntos, divertindo-se. Os homens continuam unidos, com seus vídeo-games, futebol, enquanto nós ficamos aqui na blogosfera disputando para ver quem é mais mãe, mais esposa, mais isso ou aquilo.

Cada uma vive do modo como achar melhor e isso é ótimo. O que me irrita são esses homens arrogantes que, imbuídos de um discurso democrático, torturam as escolhas maternas. Se na casa deles, eles são diferentes, palmas para eles. Mas isso não lhes dá o direito de ser grosseiro com outras mulheres que vivem diferentemente de suas esposas.

Homens e mulheres são diferentes, é bem óbvio. Cada um lida de um modo com a realidade ao seu redor. O que acho mais plausível é que cada um escolha a tarefa que tem maior facilidade e divida os papéis. Nada dessa coisa hipócrita de “não critico as mulheres”, mas também não faço m* nenhuma. Ou critica as mulheres dos outros.

Amigas, de verdade, precisamos nos unir mais. Vamos nós jogarmos uma bola, ou um vídeo-game, ou qualquer outra coisa. Vamos ser mais felizes juntas. Porque, enquanto estivermos brigando entre nós mesmas, os homens estarão jogando mais lenha na nossa fogueira – já que, assim, nós os incomodamos menos…

Às minhas amigas, com todo meu amor

Amigos

Hoje, eu não estava em um dia bom – sono, cansaço, rotina. Amiga veio em casa e me animou. Logo depois, uma amiga de longe me telefonou e passamos muito tempo conversando.

Sabe, posso não ter sorte em muitas coisas, mas quanto às amizades… tenho, sim. Minhas amigas são incríveis.

A maioria é muito diferente uma da outra. Acho que não tenho duas amigas que sejam muito parecidas.

Tem aquela que me conheceu no catecismo e não se esquece da minha botinha de plástico e minha saia de coraçõezinhos. Tem algumas que brigavam muito comigo na escola – até levei flautada. Tem aquelas que não brigavam comigo na escola e aquelas companheiras de todas as revoltas da adolescência e de todas as apresentações teatrais. Tem a professora de inglês, mais nova do que eu, mas que estava lendo O mundo de Sofia, aos 15 anos, quando nos conhecemos. Tem aquelas amigas que viram uma moleca entrar na faculdade, cheia de argumentos e achando que sabia alguma coisa. Tem aquelas que conheci depois de adulta, na casa de um amigo, no prédio em que morava, ou moro, no clube e que pareço conhecer desde sempre. Tem aquelas que eram amigas de amigas, namoradas de amigos, amigas do marido e que se tornaram minhas amigas.

As que já casaram. As que vão casar. As que não podem nem escutar essa palavra. As que têm filhos, as que querem engravidar, as que acham os filhos das amigas lindos, mas, não, obrigada. Amigas que se arrumam todos os dias, amigas que nunca se arrumam. Amigas que trabalham fora, amigas que trabalham em casa. Fizeram carreira acadêmica – tem até aquela que foi morar fora e aquela que chegou onde ninguém diria que ela iria chegar. Não fizeram carreira acadêmica, vendem até palha pegando fogo, não vendem nada, trabalham muito. Tímidas, extrovertidas, tagarelas, quietas, sorridentes, sérias, cheias de segredos, livros-abertos, felizes, tentando mudar, mudando, guerreiras – todas.

Tenho várias amigas mesmo. Todas diferentes, todas especiais.

Algumas estão muito, muito longe. Outras, longe. Algumas, bem pertinho.

Amigas, sei que não telefono muito. Sei que nunca escrevo emails e que deveria, pelo menos, deixar uma mensagem no FB ou pelo celular.

Amigas, perdoem-me. Poderia usar como desculpa o dia corrido, as crianças, a casa, a distância. Mas não posso, não é desculpa. Posso dizer que, apesar desse meu jeito desnaturado, eu lembro sempre de vocês.

Lembro quando acordo, pois sei como algumas acordam. Lembro quando penteio o cabelo, quando cuido dos filhotes, quando faço comida, quando olho fotos, quando penso na vida. Todas vocês estão, de certo modo, dentro da minha rotina. Lembro quando leio um livro, ao assistir uma série, um filme, quando escuto uma música.

Música.

Enya (!). Dance da década de 90. Nirvana. Green Day. “Wish you were here”. Legião. “Um dia perfeito”. Grande Encontro. Djavan. Cirque Du Soleil. Engenheiros. Raul, Mamonas (!), Chico Buarque. Sonic Youth (que não conheço, mas amo a amiga que ama). Milton. Adele. Trilha sonora infantil. Adriana Partimpim.

Amigas, amo muito vocês e sinto muito sua falta.

Algumas, eu sei que nunca mais vou conviver de pertinho como eu gostaria. Outras, nos veremos mais. Muitas, verei apenas em um fim-de-semana ou outro. A vida nos leva para longe. Ainda assim, continuo levando-as comigo. Continuo guardando dentro de mim todas as nossas risadas, todos os micos que vocês presenciaram em minha vida, todas as nossas conversas profundas, as nossas lágrimas, os nossos desentendimentos, as nossas histórias.

Ai, como dói de saudade. E, ai, como eu gostaria que estivéssemos mais perto.

Amigas, irmãs, obrigada por tudo, sempre. Eu seria muito pouco ou muito menos se não tivesse tido a sorte de encontrá-las.

Às minhas amigas, com todo meu amor.

(Colocarei aqui um vídeo que, sim, é um clichê. Mas é um belo clichê em uma bela voz, com uma bela mensagem.)

“Pois, seja o que vier,
venha o que vier,
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”

20 dicas para um marido fazer sua esposa feliz

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Update Este post é somente uma brincadeira entre os gêneros. De modo nenhum, ele pretende ser uma tabela ou ser o portador da verdade absoluta. Cada ser humano é único. Mas rir deixa qualquer pessoa melhor com a vida. Esta é a proposta do texto.

Não é por nada, não… mas, geralmente, os homens não entendem nossas indiretas. Então, decidi ser direta. Caso eu esteja errada, meninas, corrijam-me, por favor.

  1. Sim, gostamos de flores. Sim, gostamos de caixinhas de bombom. Sim, gostamos de presentinhos. Mas, não, não gostamos só disso. Um homem que procura cuidar do casamento é melhor do que um que não faz nada, mas tenta agradar com presentes o tempo todo.
  2. Uma mulher só considera que alguém realmente lavou a louça para ela se: não ficar nenhuma louça na pia; a pia, por fora e por dentro, também foi lavada (junto com o ralinho nojento); o lixinho foi tirado e limpo. Quer ganhar pontos extras? Enxugue e guarde a louça (no lugar certo).
  3. Se perceber que sua esposa está demonstrando sinais de que quer “algo mais caliente”, surpreenda-a: tome a iniciativa antes dela, jogue-a na parede e chame-a não só de lagartixa de linda, gostosa, cheirosa.
  4. Se a roupa não está boa, avise. Mas não esculache. Se ela ficou despenteada por causa do vento do carro, avise-a, mas, de novo, não esculache. Não, não diga que estamos gordas. Apenas muito gostosas.
  5. Pergunte sobre o dia dela. Escute. Pergunte sobre assuntos que ela gosta. Escute. Pergunte sobre assuntos que ela quer falar e você, não. Tente entendê-la. Escute.
  6. Escutar significa prestar atenção em cada palavra e interagir, demonstrando que, sim, você está escutando.
  7. Leve seus filhos para passear, de vez em quando, e deixe-a sozinha, livre, leve e solta.
  8. Faça algo que ela sempre faz – e que poderia ser feito por outra pessoa, como vc, sem que ela peça: faça as crianças dormirem, passe um pano na casa, tire suas tralhas do caminho.
  9. Para tudo, há um padrão. Se você não entende o padrão da sua esposa, pergunte. Se ela não entende o seu, explique.
  10. Dormir bêbado mais de uma vez por semana não é legal… é cansativo para quem ficou sóbrio…
  11. Incentive sua esposa a se cuidar. Acredite em mim: se ela está desleixada, provavelmente, é porque você não tem notado muito quando ela faz algo especial.
  12. Sexo uma vez por semana é, sim, possível e não, não pode faltar – mesmo que o trabalho esteja árduo, mesmo que as contas estejam por pagar, mesmo que tenha feito 30 filhos. Tenho certeza de que sua esposa vai reclamar menos da vida e sorrir mais.
  13. Nunca compare-a com sua mãe. Pelo menos, não fale. Esposas não são a extensão das mães dos maridos. Você casou com outra mulher, que teve outra criação e que, por algum motivo que Freud explica, você se sentiu atraído. Se sua esposa fosse como sua mãe, ela teria interesse no seu pai e não em você.
  14. Não a critique demais. Não exagere nas críticas do tipo de mãe/esposa/profissional que ela é. Se ela te critica demais, fale o quanto isso é desagradável.
  15. Não a humilhe em público. Não conte aquela história de vocês que ela não gosta.
  16. Não adianta você dizer que fala bem dela para todo mundo. Sim, é lógico, fale bem. Mas precisa vir acompanhado de atitude.
  17. Se ela acabou de limpar a casa, faça aquele esforço comunal para não sujar. Principalmente, não marque de ver futebol com os amigos no dia da faxina…
  18. Elogie. Mas seja natural. Não precisa ficar carrapato, apena honesto. Fale das qualidades dela, fale de coisas que ela tem e que faz com que a ame tanto.
  19. Prepare um jantar/almoço/café-da-manhã surpresa (e não deixe uma louça surpresa).
  20. Faça uma massagem que dure mais do cinco minutos. Espere antes de ficar tarado e atacá-la. Faça pelo corpo todo, mas, principalmente, nos pés…

(Como uma boa mulher, acho que falei demais – ou fui muito repetitiva… Mas, realmente, é o que a gente mais escuta em rodas femininas, viram, homens?! Aceito – e desafio – um post masculino com as dicas para as mulheres!)

A minha alta noite

Sabe, eu durmo tarde. Não deveria, afinal de contas, há uma pequenina que mama durante a madrugada.

Minha...

Ainda assim, à noite, gosto de conversar com o bem, antes de ele dormir… trocar palavras com um adulto que amo e que compartilhamos tanto. Depois, quando ele se deita, gosto de ficar bem quieta, sozinha, curtindo a mim mesma. Às vezes, fico no computador, outras, vejo um filme… arrumo o que fazer na madrugada, mesmo que seja fazer nada e curtir um momento em que a única pessoa que precisa de mim sou eu mesma…

Falta-me finesse, sobra-me humor

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Eu devia ter vergonha. Talvez eu tenha mais do que se imagina. A questão é que sou a rainha dos “baphos” e micos, principalmente, quando se trata de ser fina.

Sou, sim, uma mulher bem educada e culta. Falo corretamente e etc. A questão é que eu não tenho a menor pose, o menor jeito de gente phyna, como se diz. Como já contei em diversos posts, tenho um sério problema com vaidade versus auto-estima versus dom para se arrumar.

Tá. (mas não exagera, vocês vão me dizer no final do post!)

Daí que saí de manhã vestida para a praia. Shorts branco, básico e antigo, blusa frente única, colorida e antiga. Cabelo normalmente e levemente despenteado. Sem maquiagem – como nunca passo. E de chinelo. A gente ia ver uns apartamentos e, depois, areia, mar, vida boa.

Ela, sim, pôde usar óculos!

Acontece que o tempo fechou e mudamos de plano. Onde, meu bom Senhor, meu marido quis ir? Sim, em um dos shoppings mais chique da cidade, à procura de algum famoso (eu sei, eu também acho). No estacionamento, eu já dizia “Para, amor, eu não quero entrar aqui. Olha pra mim, eu estou ridícula”. Pra variar, como todo homem, me veio com aquele papo de “imagina, amor, não tem nada a ver”. “Querido, eu tenho alguma vaidade e sei que estou horrível”. Não adiantou.

Que lugar bonito, até as lojas comuns mudam a vitrine para parecerem mais elegantes. Tudo muito lindo, tudo muito fino. Daí que, para dar “aquele ar de madame”, peguei meus óculos de sol que estavam na mão da neném e resolvi colocá-los no cabelo e fazer cara de fina. Como tudo com um bebê não é muito fácil, os óculos não paravam na cabeça, eu os tirei e continuei entrando nas lojas e conversando, tentando fazendo cara de mulher fina.

Alguns minutos depois, saindo do elevador, meu marido vira-se para mim e aperta os olhos na minha direção: “Que isso no seu cabelo?”

“Ãh? Onde”, pergunto, indo com a mão em direção à cabeça.

“Essa coisa branca BEM NA FRENTE” (grifo meu)

Eu ponho a mão, procuro pelo óculos e… “Oh my God! É regurgito (aquele vomitinho branco de bebês) da Catarina”. Juro, eu queria ter deixado de existir naquele momento. Só ali eu percebi que a pequena havia regurgitado não só nela, mas nso óculos que ela segurava e que mamãe, tentando dar uma de phyna, colocou-o na cabeça. Vestida para matar (de desgosto qualquer estilista), ainda estava com um “treco” branco no cabelo… (felizes foram as vendedoras que me atenderam – fiz a alegria delas naquele dia)

Se me falta a finesse, realmente, só pode me sobrar bom humor…

Mulheres reféns de malandros – Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres

Antigamente, dizia-se que “mulher de malandro gosta de apanhar”. Eu sempre achei isso um absurdo. Toda vez que se via uma mulher com um cara violento, dizia-se somente “ah, é mulher de malandro”, abandonando a coitada à própria sorte. Eu não gosto de apanhar, nunca gostei. Você gosta? Será que, nesse mundo, existe alguém que gosta de ficar com o rosto todo roxo, de ser humilhado e maltratado por quem ama? Acho que, se houver, são poucos.

O argumento para justificar essa frase (idiota) parece tão válido e simples: “Ah, se ela não gosta, por que continua junto?”

É fácil julgar, já que, geralmente, quem julga nunca passou nem por isso, nem perto disso. Não só nunca viu isso acontecer com alguém próximo como se acha completamente livre desse mal. Tomara.

Quando eu dava aulas no EJA (Educação de Jovens e Adultos), pude conviver com várias mulheres que constantemente eram maltratadas – para dizer o mínimo – pelos companheiros. Uma senhora, por exemplo, mal sabia escrever o nome. Ela bebia muito, sempre à noite, para tentar dar conta das surras que levava quase todos os dias de manhã. Inconformadas, fizemos tudo o que tínhamos ao nosso alcance naquela época – pouco mais de dez anos atrás. Infelizmente, ela tinha muito medo de perder a casa onde vivia, o marido, depois de solto, voltava a atormentá-la e, por mais que explicássemos que ela teria direito a muita coisa, de que ela não passaria fome, a senhora não conseguia largá-lo.

Outro exemplo era uma aluna que o marido parou de bater nela quando o filho o enfrentou. Em contrapartida, passou a ameaçá-la, humilhá-la em público, ofendê-la e diminui-la quando estavam a sós. Quando ela ameaçava ir embora, ele dizia que ela perderia tudo por ser “abandono de lar”, fazendo com que só lhe sobrasse a roupa do corpo. Como nunca tinha trabalhado na vida e não tinha consciência de sua própria força, acreditava no marido e jamais o abandonava.

Além dessas histórias, eu mesma passei alguns anos com uma pessoas desequilibrada, que me maltratou muito.

Não cheguei a apanhar, a ser espancada. Várias vezes, tive minhas mãos esmagadas entre as dele por falar algo que o desagradou. Uma vez, durante uma briga, ele agarrou meus dedos e começou a virar minhas mãos para cima, forçando-as para quebrarem. Quando reclamei de que estava machucando, ele disse que era para machucar mesmo.

O primeiro ano foi lindo. Que amor, que sintonia, que amizade, que parceria. Mas depois que começamos a morar juntos, passei a presenciar vários ataques de raiva contra a própria mãe. Vi banquinhos sendo arremessados, vi portas sendo batidas e, principalmente, uma mãe que era constantemente humilhada. Sim, é óbvio, o pai tinha feito o mesmo.
Os próximos capítulos são de fácil adivinhação: eu, no lugar da mãe, sendo constantemente humilhada, torturada, ameaçada. Escutei de tudo. Vi coisas minhas sendo constantemente quebradas. Vi toda a minha vontade de viver e desejo de ser feliz irem água abaixo. E, me desculpe, não é que eu era ignorante, não escrevia e não sabia ler. Eu era uma feliz aluna de Letras na Unesp. Eu era mais uma menina que acreditava no mundo, feministinha, querendo dizer a todos como viver a vida. “Imagina, um homem ia levantar a mão pra mim.” É verdade, ele não levantou a mão; ele levantou a voz. Ele me afastou de todas as minhas amigas, ele me afastou de todas as pessoas; ele me tornou sua posse. Ele fazia com que eu me sentisse feia e incapaz de muita coisa. Nem sonhar, eu não podia. Ele destruía meu material de trabalho, ele desmanchava tudo o que fazia, reclamava da comida, da casa, de tudo. E repetia que tinha amante. Eu achava que ele ia mudar. Ele jurava que ia mudar. Depois de 4 anos e meio juntos, 6 meses de terapia e alguns de medicação, sai da depressão e, finalmente, consegui terminar com o infeliz.

A “mulher de malandro” não deixa de se separar porque é burra ou gosta de apanhar, mas porque é refém. É refém do homem que a maltrata, é refém de seus próprios medos, de suas angústias e sombras. Usa para si o argumento do amor ao outro, do enxergar o que os outros não veem. Ama, ama muito. Mas não ama a si mesma. Não consegue acreditar que conseguirá viver sozinha, que conseguirá ser amada novamente.

Ao encontrar uma mulher nessa situação, ao invés de tentar convencê-la do quão idiota é o marido, é preciso mostrar a ela apoio para mudar de vida e força para manter o “não” quando o homem voltar com o discurso de arrependido. Enquanto ela não encontrar outro lugar para se sentir segura, enquanto essa mulher tão humilhada por tanto tempo não acreditar que terá uma vida melhor, ela não abandonará o crápula. Até porque ele conseguiu convencê-la de que não merece nada melhor….

Para aquelas que procuram apoio na Lei Maria da Penha, o link aqui.

O dia 25 de novembro é o Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres. Essa foi a minha contribuição para a Blogagem Coletiva. Abaixo, você poderá encontrar outros textos produzidos:

Quebre o Ciclo: http://www.quebreociclo.com.br/

Blog Quem o Machismo matou hoje?

Blog Sabrina Alves 25.NOV.Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres

Blog Groselha News Violência contra a mulher não é crime passional

Agência Patrícia Galvão Racismo e sexismo na mídia: uma questão ainda em pauta

Blog da Ti Atrás de cada olho roxo existe um homem frouxo… #nãosecale

Sou da Paz Campanha 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero 

Subversiveopendiscourse Violência Contra a Mulher também é Violência Discursiva

Escreva Lola Escreva VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, ESTA CHAGA DA SOCIEDADE

Revista Fórum – Entrevista com Maria da Penha Maria da Penha – Sozinha, não se consegue mudar nada

Blog do Indike Como se defender em caso de agressão doméstica

Blog Cozinha da Matilde Longa Vida a Las Mariposas

Maria da Penha Neles “Atrás de cada olho roxo existe um homem frouxo” – Maria da Penha

Blog Mamíferas Blogagem coletiva – Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher

Feminismo Chamada Blogagem Coletiva: Fim da Violência Contra a Mulher

Blogueiras Feministas Blogagem Coletiva: Fim da Violência Contra a Mulher

Blog May Roses Mulheres indígenas – violência, opressão e resistência

Cartilha em PDF Mulheres em Luta por uma Vida sem Violência

Revista Fórum Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres

Blog Cientista que virou Mãe DESRESPEITO E VIOLÊNCIA NO PARTO – Convite à pesquisa e Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres – 25 de novembro

Blog O Humberto Explica violência não mesmo

Blog Cris Guimarães Basta de Violência contra mulheres

Blog Jornalismo B A mídia dominante e a desvalorização da mulher – #FimdaViolenciaContraMulher

Blog Pimenta com Limão Feministas em ativismo online pelo fim da violência contra a mulher II

Blog Cynthia Semíramis Segurança pública, políticas públicas e violência contra mulheres

Blog Mulheres em Movimento Mudam o Mundo Filme aborda violência contra a mulher, no sindbancarios

Yoga na Gravidez Dia Internacional da não-violência contra a Mulher

Secretaria de Estado da Segurança Pública Delegacia de Defesa da Mulher

Plena Mulher 25 de novembro: Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher

Quem ama abraça: http://quemamaabraca.org.br/

Outro Olhar Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres


Divulgação – #Outubro Rosa

Como estou de mudança, não conseguirei escrever para a blogagem coletiva e nem participar das palestras organizadas sobre o tema. Mas vou tentar postar aqui tudo o que me for passado sobre o Outubro Rosa.

O que é Outubro Rosa? É um movimento que tenta conscientizar mulheres de todo mundo sobre a importância em diagnosticar o quanto antes o Câncer de Mama. Aqui na internet, eu fiquei sabendo através da Samantha, do A vida como a vida quer. Já há alguns anos, ela vem publicando e lutando por esta causa, fazendo com que várias mães blogueiras sintam-se motivadas e participem também. Esse ano o post dela chama-se “Tem mais valor quem gosta de compartilhar e construir colaborativamente #outubrorosa” e está aqui.

Alguns dias atrás, recebi um convite para assistir a uma palestra no Hospital Santa Paula e, infelizmente, não conseguirei ir. Propus, então, que eles me mandassem algo sobre o evento para que eu divulgasse no blog.

O texto a seguir é da Assessoria do Hospital e traz várias informações sobre o evento e a importância do exame.

Hospital Santa Paula participa do Outubro Rosa

Hospital ficará iluminado de rosa, convocou vários artistas e personalidades para participarem e realizará palestras alertando a população para a importância da prevenção 

São Paulo, outubro de 2011 – O Hospital Santa Paula, localizado na Zona Sul de São Paulo, participa do Outubro Rosa, com várias atividades. O hospital ficará todo iluminado de rosa, a exemplo de vários monumentos no Brasil e no mundo, realizará uma série de palestras educativas, gratuitas e abertas ao público, sobre o tema e distribuirá folhetos explicativos sobre a prevenção, tudo com o apoio da Sociedade Brasileira de Mastologia. Os folhetos também serão distribuídos em empresas, que aderiram a Campanha juntamente com o Santa Paula, como Tetra Pak, Anhembi Morumbi e ZumBrazil. Para fortalecer a campanha, toda a equipe do Santa Paula usará botons relativos ao Outubro Rosa.

Uma grande campanha de marketing também está sendo realizada e, para mostrar a importância do movimento, uma série de artistas e personalidades públicas posaram com a camiseta símbolo da campanha. Entre eles estão o ator Malvino Salvador, a primeira dama de São Paulo Lu Alckmin, o médico da Seleção Brasileira de futebol Rodrigo Lasmar, os cantores Paulo Ricardo, Jair Rodrigues, Rogério Flausino, Durval Lelys, Aretha Marcos, Patrícia Coelho e Luiza Possi, a modelo Ana Claudia Michels, a jornalista Joyce Pascowitch, a atriz Monalisa Gomes, o personal chef Rodrigo Einsfield, a estilista Juliana Jabour, o designer de jóias Raphael Falci e o jogador de futebol Cafu. Em favor da causa, os artistas e personalidades não cobraram cachê.

Para a campanha, o Hospital Santa Paula criou o Twitter @santapaularosa, que irá trazer novidades sobre a campanha no Brasil e no mundo, informações sobre a doença, métodos de prevenção etc.

As palestras gratuitas com o tema “Mitos e verdades sobre o câncer de mama” acontecem no dia 17 de Outubro em duas sessões, às 11h e às 15h, no auditório do Santa Paula e serão ministradas pelo Dr. André Perina, Médico Responsável pelo Serviço de Cirurgia Oncológica e Mastologia do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula (IOHSP).

Segundo Paula Gallo, gerente de marketing do Hospital Santa Paula, a prevenção do câncer de mama e check up anual são as principais etapas na luta contra o câncer. Estas palestras são mais uma ação que o Santa Paula está promovendo em função da Campanha Outubro Rosa. Estamos olhando pela comunidade na luta contra o câncer e ajudando na prevenção. “Nós estamos olhando por você e você se olha?”, completa Paula.

Anote na Agenda:

Palestra: “Mitos e verdades sobre o câncer de mama”

Data: 17 de Outubro

Horário:  11 e 15 horas

Local: Av. Santo Amaro, 2468 – São Paulo SP – Auditorio 5 andar da Ala B.

Informações e inscrições: 11.3040.8008 santapaula@santapaula.com.br falar com Eva ou Simone

Confirmações até o dia 16 de Outubro

Estacionamento grátis no local

Tags: Hospital Santa Paula, Outubro Rosa, Câncer de Mama, @santapaularosa

Se alguém quiser, pode me mandar links de posts e mais informações para eu divulgar no blog no meu endereço de email: butecofeminino@yahoo.com.br

Quixote, dona-de-casa, blogueira, confeiteira?

Era só uma piada. Eram somente comentários engraçados. Era só um texto de humor. Assim foi com a piada sobre judeus de Danilo Gentili – aqui a matéria; também com os comentários no CQC virtual sobre o mamaço – aqui um texto meu sobre o ocorrido -; e, agora, na semana passada, com o texto de Carolina Mendes “Jantando no Orkut #12“, sobre cupcakes e donas-de-casa, no blog Marketing na Cozinha.

Sigo este blog no twitter e no facebook porque acho a maioria dos comentários engraçados. Na semana passada, eles comentaram sobre as donas-de-casa, seus blogs e os cupcakes: “Mulher casada que tem um blog e vende cupcake is the new aluna carente que vende brigadeiro na sala de aula.” Fui lá ver qual era a do texto, achando que seria algo “leve” e engraçadinho e me surpreendi. E, na sequência, me irritei, me indiguinei, me revoltei. Quis deixar uma resposta, mas percebi que o prazer da autora era ofender – quem elogiava e quem criticava. Aí, resolvi parar pra pensar. Já que doeu, deixa eu ver o porquê.

História da crítica

Eu sou já fui jovem. E fui daquelas cheias de opinião. E fui muito crítica em relação a tudo e a todos. Falava em alto e bom som o que achava do mundo, eu era jovem e, infelizmente, arrogante. Nunca ofendi ninguém, mas eu era arrogante.

Daí que não fui só eu. A maioria foi. Desde que há civilização e seres pensantes nesse mundo, há jovens criticando o mundo como se carregassem toda a verdade. Pensando nisso, lembrei-me daquela música do Raul que diz “Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Quando eu era nova, cantava esta música me achando a metamorfose. Mas percebi que, na verdade, são os jovens que têm uma opinião formada sobre tudo e que são inflexíveis. Os jovens sempre têm uma opinião formada e, quase sempre, vão contra o que os mais velhos fazem. A moça “só” está sendo jovem.

Quem estudou História e História da Arte vai se lembrar dos períodos literários em que um sempre vinha para contrapor o anterior – aqui tem uma explicação pra você que se esqueceu, tá? Eu me lembrei de uma delas, o Trovadorismo, em que trovadores faziam, além de canções sobre amor e amizade, canções falando mal dos outros. Também me lembrei do Modernismo e suas várias expressões para provocar os movimentos culturais anteriores. Não estou dizendo que a moça faz parte de uma nova escola literária, pelo contrário, textos tão ácidos fazem parte da história da literatura.

Liberdade de escolha

O ano passado, fiz uma escolha: parar de trabalhar para cuidar do meu filho. Não foi uma decisão muito fácil e eu cheguei nela depois de ficar bem doente. Escrevi um post sobre isso, não vou ficar entrando em pormenores. Quando eu e meu marido chegamos a essa decisão, não estávamos – e ainda não estamos – nadando no dinheiro. Eu não posso me dar ao luxo de, como disse a menininha, fazer cursos de decoração, comprar um monte de coisas e etc. Bom, não importa, essa foi uma decisão minha – não acho que toda mãe deve ou não fazer o mesmo, isso é de cada uma.

Ser mãe, dona Carolina provavelmente vivenciará isso e apontou bem em seu texto, é ser a culpa encarnada. A gente sente culpa por tudo. Ontem, Samantha Shiraishi, @samegui, publicou um texto ótimo sobre isso: “Rainha do Lar não é Deusa Doméstica” em seu blog A vida como a vida quer. Vale muito a pena ler pois ela fala exatamente sobre esse sentimento horroroso que nos persegue. Ainda que a moça tenha apontado isso, em seu texto, ela parece nos forçar a sentir mais culpa ainda por termos feito essa escolha. A Glau, @glauciananunes, amiga e comadre, também falou sobre isso lá no rede Mulher e Mãe, com o post: “Sobre feridas e culpas na maternidade“.

Eu não sou carente porque sou dona-de-casa. Não sou carente porque tenho um blog. Nem sou carente porque me divirto com os cupcakes.

Fato é que a imagem que se tem da dona-de-casa é tão mítica. Pensamos em mulheres que não estudaram muito, que não lêem, que tem como única ocupação e motivação a cozinha, a casa e os programas da TV aberta – culinária, dicas domésticas, novelas. Eu mesma, quando mais jovem, achava isso. Doce engano.

Sou muito, mas muito mesmo, mais eu. Sou dona-de-casa e, por mais que tenha como preocupações maiores meus filhos e minha casa, estou longe desses estereótipos. E ainda que estivesse dentro: qual o problema? Ser dona-de-casa é ser carente? Carente de quê? Quem disse que eu não tenho vida porque escolhi cuidar da minha família?

Ao me sentar na frente do computador e criar um blog, estou me dando a oportunidade de refletir e discutir sobre minha realidade. Quer dizer que só quem não é dona-de-casa pode ter um blog? Todo mundo que tem um blog é carente? Tese da área de humanas, isso dá…

Além disso, o ódio ao pobre do bolinho chamado de “gay”. Sou tão feliz ao fazê-los e mais ainda ao comê-los. Foda-se que seja moda, foda-se que as pessoas comam alguns horrorosos por aí. Foda-se mesmo. Só porque adoro esses pequenos odiados eu sou carente? E daí se eu quiser vender essas delícias? Só pode entrar para a confeitaria quem fez curso no exterior?

Verdades absolutas e opiniões polêmicas

Toda vez que a gente “acha algo”, a gente encontra uma polêmica. Ter opinião é entrar em polêmicas.

Acredito piamente na liberdade de expressão. Todos devem, sim, dizer o que pensam. Entretanto, nem todos sabem fazer isso bem como disse sabiamente a Glau na nossa discussão lá no FB.

Entretanto, há agora uma valorização do humor negro, preconceituoso, defendido como “liberdade de expressão”. Eu não conseguiria escrever melhor que o Marcelo Coelho, em “Politicamente Facista” para a Folha.com, e Marcelo Rubens Paiva, em “A moda do reaça” para o Estadão, sobre essa confusão entre ser politicamente correto e ser preconceituoso. Dois textos muito bons que explicam porque não dá para aceitar este tipo de humor. Sério, leiam.

Os moinhos e as críticas

Como disse alguém na discussão lá no FB, essas pessoas são infelizes. Provavelmente, são. Devo aceitar que me ofendam? Não. Mas a amiga Glau tem razão ao dizer que não dá para querer reagir e responder a tudo o que nos pega. Na verdade, ao tentar lutar contra “esse mal”, agimos como Quixote lutando contra os moinhos como se fossem gigantes.

As críticas serão sempre bem-vindas, ainda mais se forem bem doloridas para me fazerem refletir muito. Mas não dá para aceitar a ofensa. Eu não posso responder a todo comentário, texto, piada que surge na internet, quixotescamente. Ao menos aqui, quando posso, acho que devo, sim discutir esses assuntos polêmicos.

Por fim, acho que o que me doeu mesmo foi ver um pouco do que fui na menina nova. E perceber que aquilo que neguei aos gritos com tanta força no passado é o que me faz muito feliz hoje.

Hoje estou assim (ou vou assim?)

Eu não entendo de moda, nem de maquiagem, nem de super cuidados com o corpo. Por isso, vivo reclamando de como sou desleixada.

Daí que tem aquele blog muito legal – o Hoje Vou Assim – e outro também muito legal que eu acompanho sempre – o Small Fashion Diary – que as moças lindas, a Cris Guerra e a Carol Burgo, respectivamente, postam sobre como elas vão trabalhar, sair, etc.

Daí que tem aquele programa novo do canal pago GNT, Base Aliada, em que a Julia Petit dá dicas de maquiagem.

Daí que eu acordei de bom-humor – eu contei hoje neste post – e resolvi dar uma mãozinha para mim mesma.

Eu não vou a lugar algum. Vou amamentar, arrumar a casa, amamentar, fazer almoço, amamentar… Mas, como diria a rainha – não lembro qual – à Alice, do L. Carroll: “corre-se muito para ficar no mesmo lugar”, decidi fazer algo por mim, ainda que eu corra muito para ficar por aqui mesmo…

Inspirada pelas moçoilas citadas lá trás, fiz uma maquiagem e pus uma roupinha um pouco mais arrumada.

Tá bom que eu ainda preciso de anos e dinheiros (dedicados aos little ones atualmente) até que eu entenda mais sobre moda e maquiagem. Ma já valeu alguma coisa, não é?

P.S.: Gente, eu sei que é breguíssima essa minha tentativa, tô com vergonha alheia de mim mesma por essas fotos, mas é só para mostrar o que eu “consegui” hoje…

Maternidade, puerpério ou desleixo?

Eu não sou das mais vaidosas, #fato. Entretanto, ontem à noite, depois de amamentar e fazer minha pequena dormir, banhar meu pequeno mais velho, tomei um banho – que tinha pulado o dia anterior (ergh, eu sei, mas gosto de ser sincera) – e me dei conta: cabelos por tingir, pernas por raspar, unhas por fazer, virilha por depilar, pé grosso… Na outra ponta: meus filhos felizes, alimentados, limpos e dormindo no pequeno santuário chamado “quarto das crianças”.

Que exagero! Será que existe um meio termo? Quem consegue? Não lembro mais! Isso é a maternidade, o puerpério ou sou desleixada mesmo?

A dor do parto antes do nascimento – eu e minhas “bandeiras”

Quando tudo o que a gente acredita e defende torna-se mais pesado do que a gente pode carregar, quanto devemos nos massacrar por isso?

 

Eu já falei sobre esse meu problema aqui – As verdades absolutas -, mas, apesar de já ter pensado muito sobre isso, deslizei novamente.

Há pouco mais de um ano, descobri que, sim, era possível ter um parto normal depois de uma cesariana, como meu antigo obstetra havia prometido e o seguinte, negado. Comecei a ler muitas coisas a respeito do parto natural, dos benefícios do parto normal, dos malefícios da cesariana. Quando engravidei, procurei uma médica que também acreditasse nisso e fosse até o fim com essa ideia.

Passei todos esses últimos nove meses planejando, lendo, tirando dúvidas, tentando saber exatamente como seria e fazendo o que estava ao meu alcance para que o parto seja normal. Li muito, fiz plano de parto (um exemplo é este aqui), o qual levei para a médica e para o hospital (ambos ainda não tinham tido contato ainda com um – e aceitaram muito bem), discuti no curso de gestante, convenci todas as minhas amigas e família de que cesariana é a pior escolha de todas e etc.

Eu só não contava com um detalhe: a demora para minha filha nascer. Eu estou com praticamente 41 semanas e nada da bonita aparecer aqui fora. Tá, eu sei, a maioria dos partos normais ocorre entre a 40a e 41a semana. Tá, eu sei, é assim mesmo. Mas na minha cabeça louca, extremamente planejadora e controladora, eu tinha comigo que a bonita ia nascer com 39 semanas.

Com 37, comecei a sentir as primeiras contrações. Desde lá, elas não pararam. Alguns corpos têm a facilidade de evoluir para o parto. O meu, não. Minha irmã não teve dor nenhuma até completar as 40 semanas, dia em que meu sobrinho nasceu. Minhas amigas que tiveram parto normal pareceram ter algo muito mais rápido e tranquilo. Era isso que eu esperava para mim mesma: uma evolução rápida e serena.

Entretanto, não é isso que está acontecendo. A cada semana que passa, a cada pergunta que escuto sobre o nascimento da pequena, mais eu me sinto aflita por ainda não ter dado certo. Para ajudar, como qualquer grávida a essa altura do campeonato, estou enorme, pesada, mau-humorada, não consigo dormir muito, não consigo comer muito, não consigo nada muito, porque tudo cansa, tudo me deixa brava e etc. Eu realmente gostaria de estar disposta, feliz, bem-humorada, mas isso vai além da minha capacidade.

Como carregar, então, a bandeira do parto mais natural possível? Sim, podem preparar a cruz as extremistas, estou quase desistindo… Toda semana, quem me convence a esperar mais um pouco, quem me lembra do quanto eu sonhei por este momento, são minha amada médica e minha linda enfermeira obstétrica (e amiga). De verdade? Não consigo mais raciocinar sobre o que é ideal. O que realmente é ideal a esta altura do campeonato? Sabe, é ótimo pensarmos em todas as vantagens do parto natural, é lindo quando somos pessoas tranquilas, seguras, fortes. Eu não. De verdade, estou dizendo isso chorando, mas é fato, sou fraca, não sou tão forte, porque tenho que me convencer todos os dias para esperar mais um pouquinho.

E se eu chegar lá no fim – daqui uma semana – e não tiver conseguido? Como vou lidar com minha frustração de uma segunda cesariana? A ignorância, às vezes, é uma benção e o silêncio, feito de ouro… Teria sido melhor se eu não tivesse levantado bandeira nenhuma, esperado quieta, sem criar tanta ansiedade, sem fazer tantos planos.

Não quero que pensem que, de uma hora para outra, deixei de ver o quão benéfico é um parto natural. Mas passei a acreditar que mais benéfico ainda é uma mãe e um bebê felizes e saudáveis. Sim, não importa muito como foi o parto, mas como a mãe estava ao receber seu pequeno pacotinho. Sim, a gente deve lutar para que haja um número menor de procedimentos padrões, valorizando mais as relações humanas, mas dentro disso, também temos que valorizar e respeitar o que é possível para cada mãezinha. Porque, querendo ou não, nós mães somos, antes de tudo, seres humanos.