Às minhas amigas, com todo meu amor

Amigos

Hoje, eu não estava em um dia bom – sono, cansaço, rotina. Amiga veio em casa e me animou. Logo depois, uma amiga de longe me telefonou e passamos muito tempo conversando.

Sabe, posso não ter sorte em muitas coisas, mas quanto às amizades… tenho, sim. Minhas amigas são incríveis.

A maioria é muito diferente uma da outra. Acho que não tenho duas amigas que sejam muito parecidas.

Tem aquela que me conheceu no catecismo e não se esquece da minha botinha de plástico e minha saia de coraçõezinhos. Tem algumas que brigavam muito comigo na escola – até levei flautada. Tem aquelas que não brigavam comigo na escola e aquelas companheiras de todas as revoltas da adolescência e de todas as apresentações teatrais. Tem a professora de inglês, mais nova do que eu, mas que estava lendo O mundo de Sofia, aos 15 anos, quando nos conhecemos. Tem aquelas amigas que viram uma moleca entrar na faculdade, cheia de argumentos e achando que sabia alguma coisa. Tem aquelas que conheci depois de adulta, na casa de um amigo, no prédio em que morava, ou moro, no clube e que pareço conhecer desde sempre. Tem aquelas que eram amigas de amigas, namoradas de amigos, amigas do marido e que se tornaram minhas amigas.

As que já casaram. As que vão casar. As que não podem nem escutar essa palavra. As que têm filhos, as que querem engravidar, as que acham os filhos das amigas lindos, mas, não, obrigada. Amigas que se arrumam todos os dias, amigas que nunca se arrumam. Amigas que trabalham fora, amigas que trabalham em casa. Fizeram carreira acadêmica – tem até aquela que foi morar fora e aquela que chegou onde ninguém diria que ela iria chegar. Não fizeram carreira acadêmica, vendem até palha pegando fogo, não vendem nada, trabalham muito. Tímidas, extrovertidas, tagarelas, quietas, sorridentes, sérias, cheias de segredos, livros-abertos, felizes, tentando mudar, mudando, guerreiras – todas.

Tenho várias amigas mesmo. Todas diferentes, todas especiais.

Algumas estão muito, muito longe. Outras, longe. Algumas, bem pertinho.

Amigas, sei que não telefono muito. Sei que nunca escrevo emails e que deveria, pelo menos, deixar uma mensagem no FB ou pelo celular.

Amigas, perdoem-me. Poderia usar como desculpa o dia corrido, as crianças, a casa, a distância. Mas não posso, não é desculpa. Posso dizer que, apesar desse meu jeito desnaturado, eu lembro sempre de vocês.

Lembro quando acordo, pois sei como algumas acordam. Lembro quando penteio o cabelo, quando cuido dos filhotes, quando faço comida, quando olho fotos, quando penso na vida. Todas vocês estão, de certo modo, dentro da minha rotina. Lembro quando leio um livro, ao assistir uma série, um filme, quando escuto uma música.

Música.

Enya (!). Dance da década de 90. Nirvana. Green Day. “Wish you were here”. Legião. “Um dia perfeito”. Grande Encontro. Djavan. Cirque Du Soleil. Engenheiros. Raul, Mamonas (!), Chico Buarque. Sonic Youth (que não conheço, mas amo a amiga que ama). Milton. Adele. Trilha sonora infantil. Adriana Partimpim.

Amigas, amo muito vocês e sinto muito sua falta.

Algumas, eu sei que nunca mais vou conviver de pertinho como eu gostaria. Outras, nos veremos mais. Muitas, verei apenas em um fim-de-semana ou outro. A vida nos leva para longe. Ainda assim, continuo levando-as comigo. Continuo guardando dentro de mim todas as nossas risadas, todos os micos que vocês presenciaram em minha vida, todas as nossas conversas profundas, as nossas lágrimas, os nossos desentendimentos, as nossas histórias.

Ai, como dói de saudade. E, ai, como eu gostaria que estivéssemos mais perto.

Amigas, irmãs, obrigada por tudo, sempre. Eu seria muito pouco ou muito menos se não tivesse tido a sorte de encontrá-las.

Às minhas amigas, com todo meu amor.

(Colocarei aqui um vídeo que, sim, é um clichê. Mas é um belo clichê em uma bela voz, com uma bela mensagem.)

“Pois, seja o que vier,
venha o que vier,
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”

20 dicas para um marido fazer sua esposa feliz

Este post é um candidato ao Melhor post do Mundo, da Limetree. Para votar neste post, clique aqui.

Update Este post é somente uma brincadeira entre os gêneros. De modo nenhum, ele pretende ser uma tabela ou ser o portador da verdade absoluta. Cada ser humano é único. Mas rir deixa qualquer pessoa melhor com a vida. Esta é a proposta do texto.

Não é por nada, não… mas, geralmente, os homens não entendem nossas indiretas. Então, decidi ser direta. Caso eu esteja errada, meninas, corrijam-me, por favor.

  1. Sim, gostamos de flores. Sim, gostamos de caixinhas de bombom. Sim, gostamos de presentinhos. Mas, não, não gostamos só disso. Um homem que procura cuidar do casamento é melhor do que um que não faz nada, mas tenta agradar com presentes o tempo todo.
  2. Uma mulher só considera que alguém realmente lavou a louça para ela se: não ficar nenhuma louça na pia; a pia, por fora e por dentro, também foi lavada (junto com o ralinho nojento); o lixinho foi tirado e limpo. Quer ganhar pontos extras? Enxugue e guarde a louça (no lugar certo).
  3. Se perceber que sua esposa está demonstrando sinais de que quer “algo mais caliente”, surpreenda-a: tome a iniciativa antes dela, jogue-a na parede e chame-a não só de lagartixa de linda, gostosa, cheirosa.
  4. Se a roupa não está boa, avise. Mas não esculache. Se ela ficou despenteada por causa do vento do carro, avise-a, mas, de novo, não esculache. Não, não diga que estamos gordas. Apenas muito gostosas.
  5. Pergunte sobre o dia dela. Escute. Pergunte sobre assuntos que ela gosta. Escute. Pergunte sobre assuntos que ela quer falar e você, não. Tente entendê-la. Escute.
  6. Escutar significa prestar atenção em cada palavra e interagir, demonstrando que, sim, você está escutando.
  7. Leve seus filhos para passear, de vez em quando, e deixe-a sozinha, livre, leve e solta.
  8. Faça algo que ela sempre faz – e que poderia ser feito por outra pessoa, como vc, sem que ela peça: faça as crianças dormirem, passe um pano na casa, tire suas tralhas do caminho.
  9. Para tudo, há um padrão. Se você não entende o padrão da sua esposa, pergunte. Se ela não entende o seu, explique.
  10. Dormir bêbado mais de uma vez por semana não é legal… é cansativo para quem ficou sóbrio…
  11. Incentive sua esposa a se cuidar. Acredite em mim: se ela está desleixada, provavelmente, é porque você não tem notado muito quando ela faz algo especial.
  12. Sexo uma vez por semana é, sim, possível e não, não pode faltar – mesmo que o trabalho esteja árduo, mesmo que as contas estejam por pagar, mesmo que tenha feito 30 filhos. Tenho certeza de que sua esposa vai reclamar menos da vida e sorrir mais.
  13. Nunca compare-a com sua mãe. Pelo menos, não fale. Esposas não são a extensão das mães dos maridos. Você casou com outra mulher, que teve outra criação e que, por algum motivo que Freud explica, você se sentiu atraído. Se sua esposa fosse como sua mãe, ela teria interesse no seu pai e não em você.
  14. Não a critique demais. Não exagere nas críticas do tipo de mãe/esposa/profissional que ela é. Se ela te critica demais, fale o quanto isso é desagradável.
  15. Não a humilhe em público. Não conte aquela história de vocês que ela não gosta.
  16. Não adianta você dizer que fala bem dela para todo mundo. Sim, é lógico, fale bem. Mas precisa vir acompanhado de atitude.
  17. Se ela acabou de limpar a casa, faça aquele esforço comunal para não sujar. Principalmente, não marque de ver futebol com os amigos no dia da faxina…
  18. Elogie. Mas seja natural. Não precisa ficar carrapato, apena honesto. Fale das qualidades dela, fale de coisas que ela tem e que faz com que a ame tanto.
  19. Prepare um jantar/almoço/café-da-manhã surpresa (e não deixe uma louça surpresa).
  20. Faça uma massagem que dure mais do cinco minutos. Espere antes de ficar tarado e atacá-la. Faça pelo corpo todo, mas, principalmente, nos pés…

(Como uma boa mulher, acho que falei demais – ou fui muito repetitiva… Mas, realmente, é o que a gente mais escuta em rodas femininas, viram, homens?! Aceito – e desafio – um post masculino com as dicas para as mulheres!)

A sorte de ter uma irmã

Aos 2 anos

Quando, há 29 anos, minha irmã nasceu, eu não pensei assim. Para mim, 1a filha, 1a neta, 1a bisneta, 1a sobrinha, 1a tudo, aquela pequena chorona tinha vindo apenas para acabar com meu reinado e me afastar de minha mãe. Eu estava com 1 ano e 8 meses.

As duas com a vovó

Dizem que mordi minha mãe grávida. Dizem que, enquanto a loirinha era nenê, eu ajudava a cuidar dela como de uma boneca. Essa paz durou pouco.

Durante a infância, brincávamos muito, brigávamos mais ainda. Criou-se um ciclo: ela provocava, eu batia, eu apanhava, eu batia de novo. Mas éramos inseparáveis.

Pequenas com a prima

Ursinhos carinhosos, moranguinhos. A vez em que nossos pais saíram à noite e, não vendo onde estava a babá, eu lhe dei um danoninho e prometi que cuidaria dela porque eles não voltariam nunca mais (é, louca desde cedo).

Aos 8, 9, com a melhor amiga Dani

A casa da Barbie, a casa do poney, boneca com cabeça, boneca sem cabeça, clubinhos com presidente e secretária. Eu sempre queria os melhores e ela, mais nova, ficava com os piores.

Bets, seu braço quebrado, dança da Xuxa na calçada, amarelinha gigante na rua.

Turma da rua, primeiros beijos, brigas e mais brigas por meninos e namorados (vários erros meus, eu assumo).

Adolescência, rock, mundo hippie, mundo doido. Festas na ausência da mãe, casinha de construção pegando fogo, telhado, bebedeiras, Léo, Harley, teatro, amigas, amigos, avenida, praça, calçada de casa.

Moças, já na faculdade, com a mamãe na foto

Quando entrei na faculdade, fui morar com minha mãe e ela, com meu pai. Pela primeira vez, estávamos separadas. Pela primeira vez, nos dávamos bem.

Faculdades, loucuras, formaturas, acidente na família. Superação, Tailândia, vida adulta.

Aos 24 anos, ela me liga: “A, ha, ha, vou ser mãe antes de você!”

E lá fomos nós ver esta pequena tornar-se mãe, adulta, mais paulistana.

As coisas pesaram para mim, voltei para a cidade de meu pai. As coisas pesaram para ela, que também voltou para cá.

Ela, mãe, eu, mãe.

Depois de 10 anos morando em cidades diferentes, voltamos a estar perto. E nos aproximamos mais. E nos apegamos mais ainda. Ela mãe, eu mãe.

Nas nossas imensas diferenças, uma sendo o oposto da outra, passamos a ser companheiras, mais amigas. Paramos de brigas, escutamos, aprendemos, admiramos uma a outra.

Agora, eu me vou. Vou morar longe de novo. Justo agora quando sei que precisamos muito uma da outra.

Sim, vou morrer de saudades das amigas, da família, dos pais. Mas não há nome que dê conta do buraco que vai ficar por estar longe da minha irmã.

Hoje é seu aniversário. Parabéns, Bi. Você é uma mulher incrível, corajosa, forte, correta, inteligente. Você merce anos de vida, reconhecimento de todos, (retorno financeiro), muita luz, muita paz.

Queria estar perto de você o tempo todo. Eu te admiro e te amo demais e não há um dia em que eu não pense na sorte que tive ao te ganhar como irmã. E quando mudar, não haverá um dia em que não sentirei saudades. Obrigada, linda, por tudo o que é e representa na minha vida. Eu seria muito menos se você não existisse. Obrigada por nascer há 29 anos.

Parceiras

O casamento e a paixão

Para comemorar o aniversário de 2 anos de casamento (hoje) e 5 anos juntos, resolvi escrever um texto sobre algo que tenho matutado.

Não se iludam, amigas, não vou defender a paixão no casamento…

Encontro com o amor

Há alguns meses, uma amiga me perguntou se eu era apaixonada pelo meu marido. Eu respondi tranquilamente que não. Ela se espantou, eu me expliquei. Depois, contei para o bem a pergunta e a resposta e ele concordou comigo: não, não somos loucamente apaixonados um pelo outro. E ficamos felizes com isso. (calma, eu vou explicar)

Depois de alguns dias, encontrei uma amiga um pouco mais velha. Quando ela decidiu se casar, eu era adolescente e não entendi algo que ela me disse inúmeras vezes. Eu queria que ela se casasse logo, ela dizia que iria esperar até a paixão passar. Quando a paixão passou, ela se casou. (ãh? é, espera, vai fazer sentido)

Pensei muito, muito nisso e cheguei a algumas conclusões. Depois, vocês argumentam e me digam se concordam.

Depois de 2 meses de namoro, fiquei grávida. Meu marido respirou mais do que aliviado quando eu lhe disse que não queria casar se não fosse por ele mesmo e não pelo bebê. Oito meses depois, estávamos morando junto. Enfrentar o nascimento de um filho não é muito fácil para nenhum casal, quiçá quando esse casal ainda está se conhecendo, aprendendo sobre o outro. Nosso mundo desabou e a gente brigava muito.

Bridezila

Devo admitir que eu brigava muito. Precisei de muita terapia para aceitar quem meu marido era – e não querer mudá-lo sempre (como já contei aqui em “Quando nós desistimos de mudá-los”). E precisei de mais terapia ainda para acabar com a ilusão do príncipe encantado, do homem ideal (também já escrevi sobre isso em “Os contos de fada e a nossa realidade“). Meu terapeuta me perguntava: “Mas, Sofia, você conhece algum homem que seja assim, como você descreve?”

Então, depois de 5 anos morando juntos, sendo 2 de casados, cheguei a uma conclusão (desculpem-me se a analogia não foi das melhores): casamento é como ter uma lareira que precisa sempre estar acesa para aquecer a casa. Se você enchê-la de palha, terá chamas altas e fortes, suficientes para  acender o fogo, mas não para mantê-lo  aceso ou esquentar a casa. Quando você coloca bons tocos de madeira, consegue criar um ambiente aquecido e aconchegante.

Quando estamos apaixonados, não enxergamos o outro, enxergamos o ideal que criamos. Tudo brilha, queima, mas não se mantém aquecido. Se amamos quem o outro realmente é, alimentamos o relacionamento de outra forma, permitindo que, durante mais tempo, haja mais calor.

Isso porque, em um casamento, é necessária parceria: temos contas, filhos, sexo, casa, familiares, decisões e outras muitas coisas que precisam ser pensadas e feitas. Quando a paixão passa, como lidar com tamanha e brutal realidade?

Ao defender um casamento não paixão não quero dizer, com isso, falta de carinho, amor, cumplicidade, amizade, desejo. Quero, ao contrário, valorizar justamente tudo isso.

A conclusão a que chegamos – eu e o marido – é que, quando baseamos um relacionamento na paixão, perdermos a oportunidade de lidar, conhecer melhor o outro, além de correr o risco (maior) de tudo acabar quando a paixão passar. Isso não quer dizer que não se é feliz, ao contrário, é possível ser feliz sem a paixão. É uma felicidade diferente daquela que experimentamos quando adolescentes.

Se um casamento sem paixão pode parecer a morte para alguns, para mim, meu casamento é maravilhoso: cheio de rotina, dificuldades, cheio de amor e carinho; repleto de dias sem sexo e noites sem dormir (obrigada, filhos!), repleto de profundidade e entrega. Pode não haver este “item” no meu casamento, mas tenho que dizer que nunca fui tão feliz e realizada como sou com meu marido. Obrigada, querido, por tornar possível essa nossa realidade.

Amor, muito amor

Os remos e o relacionamento

Tenho uma amiga que sempre diz que as mulheres são aquelas que cuidam do relacionamento. Eu sempre sofro quando ela me diz isso, porque vivo descuidada e fico querendo muito mais namoro no meu casamento, esperando que isso parta do outro e não de mim.

Ontem à noite, reclamando com meus cá botões, pensava em escrever um texto sobre como para que um relacionamento vá para frente é necessário que as duas pessoas remem – se só um remar, o barco fica girando, não é mesmo? Eu já tinha até o começo do texto “Eu nunca entrei num barco ou segurei um remo, mas percebo, nos relacionamentos…”

Eu estava cansada, precisando de momentos só meus, com dores nas costas, sem banho, brava porque o marido havia prometido uma massagem e já dormia no sofá, enquanto um filho precisava de banho e cama e a outra – pra variar – queria mamar.

Mal-humorada, acordei o marido, pedi que ele cuidasse do mais velho e amamentei a pequena. Depois de alimentá-la, entreguei-a ao bem e fui tomar um banho. E foi lá que lembrei do que a amiga diz. Resolvi caprichar.

Saí do banho, passei creme hidratante, escovei os dentes e chamei o querido para cumprir sua promessa. É lógico que eu tinha segundas intenções. Ele veio com uma má vontade, coitado, querendo apenas cumprir o que havia prometido porque sabia o quanto eu estava cansada. Surpreendentemente – ou não – , deu certo. Ganhei uma massagem e namorei, matando dois coelhos com uma só cajadada…

É, amiga, você tinha razão. Eu podia ter passado a noite toda reclamando internamente – e, depois, aqui no blog. Entretanto, ao resolver fazer diferente, pude entender o que você diz. É bem verdade que ambos precisam remar juntos, mas o fato é que, algumas vezes – talvez muitas -, um dos dois precisa ser aquele motorzinho que faz o barco seguir adiante.

Entre os defeitos e a melhor qualidade do marido

Pode ser que nem todas as mulheres casadas, mas a maioria – e eu me incluo neste grupo – adora enumerar os defeitos do marido. Dependendo do foco dado, pode parecer ter sido um erro o casamento. Ele não faz isso, ele não faz aquilo, ele só faz isso, ele só faz aquilo. A mãe dele blábláblá, a irmã, o pai, o cachorro. Marido tem mesmo um monte de defeito. Mas a gente casa e escolhe continuar casada – meio sem explicação, mas #fato.

Eu sou bocuda que só eu mesma… já disse isso aqui antes, minha mãe sempre me disse também. Vira e mexe, reclamo do meu bem.

Nos últimos dias, na minha recuperação pós-parto, entretanto, aconteceu algo muito, muito legal. E eu, como deve agir um bom ser humano, devo reconhecer e dizer ao mundo como às vezes a gente fica prestando atenção nos defeitos e esquece as qualidades daqueles que nos acompanham.

A amamentação sempre foi importante para mim. Eu sofri um pouco no começo com o mais velho, sofri um bocado quando o leite secou e fiz questão de amamentar esta pequena rebenta que me chegou há quinze dias. Entretanto, eu não contava com o fator de que ela teria uma sucção beeeem mais forte que a do irmão e que, por isso, desceria muito mais leite e os meus bicos rachassem absurdamente mais. A conclusão é que faz 15 dias que amamentar, a cada 2, 3 horas, é uma sessão de tortura (tá, melhorou um pouco de domingo pra hoje). Conforme aquela boquinha linda em forma de coração vem chegando perto do meu mamilo, eu vou respirando fundo e me afastando. Nunca, mas nunca mesmo, senti tanta dor. Não é algo controlável, ela pega o peito, as lágrimas pulam do meu rosto e o grito simplesmente explode… Algumas vezes, isso é melhor, algumas, pior. No direito é mais fácil, no esquerdo, mais difícil.

Diferentemente de quando o Cauê nasceu – e aí vem o elogio -, meu marido se compadeceu da situação e a cada mamada, ele senta ao meu lado e me dá a mão para que eu a aperte o mais forte possível, se não, ele massageia meus pés enquanto eu choro. Se eu hesito em amamentá-la, ele está ali para me dar força e me apoiar, compartilhar a dor.

Maridos podem ter vários defeitos. Bebem, não bebem; transam, não transam; traem, não traem; ajudam, não ajudam. Mas a qualidade de estar ao seu lado no momento em que vc sente a maior dor da sua vida é algo essencial, vital. Se não fosse este homem, não sei se já não teria desistido, porque vê-lo ali, querendo sentir a dor que eu sinto, me dá mais vontade de tentar e tentar de novo, porque eu sei que, se eu fraquejar, ele não vai me julgar; porque eu sei que ele quer o melhor para mim e sabe o quanto a amamentação pra mim e, por isso, o quanto é importante ele estar ali.

Querido, marido amado, é por praxe que a gente reclama, perdoe-me, por favor. Mas gostaria de agradecer publicamente por tudo que vc tem feito nos últimos dias. Você é um ser humano único, especial, com um caráter inabalável e um coração gigantesco. Sou uma mulher grata ao universo por tê-lo encontrado e sou mais grata ainda por você me escolher para estar ao seu lado. Obrigada por tudo.

A celebração de um amor maior

Quando duas pessoas percebem que não faz mais sentido viverem separadas, que tudo o que querem é presenciar e testemunhar a vida uma da outra acontece uma pequena grande mágica: o casamento, seja ele formal ou não. Alguns preferem fazer a mudança de modo silencioso e discreto, outros, entretanto, escolhem fazer um ritual pela celebração deste amor maior.

Respeito quem prefere não fazer nada, mas sou daquelas que adora um ritual. Sim, eu sei que há uma indústria capitalista que incentiva o “desperdício” de milhares de reais nas festas de casamento, sim, eu sei que acaba alimentando-se alguns valores “vazios” e “blábláblá”. Entretanto, não é esse o ponto que gostaria de tocar.

O ritual do casamento, independentemente da religião, do lugar, do tipo escolhido, é maravilhoso. É uma celebração por uma mudança – corajosa – na vida de duas pessoas, é a celebração por um amor maior que elas mesmas. A festa que se faz por essa decisão deveriam ser sempre repleta de alegria.

Este fim de semana, eu e meu marido fomos ao casamento de um casal de amigos do qual fomos padrinhos. O que testemunhamos foi a festa da cumplicidade, do companheirismo, do amor, da alegria. Sim, foi um casamento bem tradicional, mas a relação dos dois foge ao padrão daqueles que casam somente para fazer festa. Juntos há 14 anos, esse jovem casal costruiu desde a adolescência uma relação baseada na alegria de estarem juntos e não na dúvida do que se quer da vida. Viveram perto, viveram longe, foram para a faculdade em lugares diferentes, passaram – como todos – por momentos fáceis e difíceis e chegaram a este ponto da vida a dois em que morar junto é o caminho mais gostoso e difícil a se trilhar.

Durante toda a cerimônia, podíamos ver nos dois o quanto estavam felizes, o quanto todo o lugar e todos ao redor enchiam-se do amor deles – no altar, fazendo os juramentos, na festa, dançando juntos como só aqueles com muita história são capazes de dançar.

Não há como não achar lindo tudo isso e perceber que, sim, vale a pena o ritual, a cerimônia, a celebração. Vale a pena assumir perante todos ao seu redor o quanto você ama e o quanto você quer ficar junto. Vale a pena para quem convive fazer festa, dizendo o quanto somos felizes por este casal. Não há a necessidade de ser uma festa tradicional ou grande, ou cara, ou isso ou aquilo. Mas há, sim, a necessidade de se celebrar essa mudança, esse ato corajoso e repleto de amor.

Vamos soltar as cestas!

Sabe aqueles pedidos que fazemos ao universo e parece que nunca vão se realizar? Aquela vontade de casar, de ficar grávida, aquela vontade de subir no emprego ou trocar de profissão – tudo o que parece depender do universo para que se realize… Tenho pensado muito sobre isso. Por que algumas coisas parecem não acontecer com pessoas que desejam tanto? O que acontece? Como tb sou assim, lembrei de uma fase da minha vida que já comentei aqui.

Há alguns bons anos, levei um fora bem “animal”, daqueles que a gente perde o rumo. É, foi do moço que me deu o fora duas vezes. Naquela semana, fui até a livraria e encontrei um livro que mudou minha concepção do universo masculino. O livro era (é) fantástico – daqueles que a gente fica se perguntando porque ele não existia antes. Alguns anos depois, ele virou filme. Acho que o conjunto livro/filme deveria estar em todas as prateleiras femininas. Estou falando de “Ele não está tão a fim de você”.

O filme é muito legal porque mostra o quanto nós depositamos nossas energias em pessoas que não valem a pena ou em situações obviamente furadas.

Tenho pensado nisso porque vejo o quanto algumas pessoas sofrem por esse e por outros motivos semelhantes.  Fiquei imaginando como explicar o que acontece, na minha modesta opinião, nestas situações.

Todo mundo tem nas mãos uma cesta vazia para que possamos colocar nossos desejos dentro. A cesta está presa por uma corda e, como um pêndulo, quando vc põe o pedido dentro, empurra-a na direção contrária à sua. Sempre assim: faz o pedido, empurra a cestinha e uma hora ela volta, cheia daquilo que vc pediu.

Acontece que nem sempre a gente solta a cestinha em direção ao universo. A gente faz o pedido e fica segurando-o nas mãos. Se não soltarmos, não haverá como a cesta voltar cheia. Não adianta pedir, tem que esquecer que pediu e deixar para o universo resolver como vai devolver a cesta.

Por exemplo, quando queremos encontrar alguém especial. Todos os dias, acordamos e pedimos por um casamento, filhos, vida em família. Pedimos e, ao invés de empurrar a cestinha na direção contrária, ficamos carregando-a para cima e para baixo. Amor, como você quer que isso se realize se vc não faz o pedido chegar onde deve? É como ficar esperando que o garçom traga a porção sem que niguém tenha falado com ele. A cozinha não libera nada se não houver um pedido.

Quantas vezes, durante toda nossa vida, não fazemos isso? Às vezes, não soltamos a cesta; outras, nós a enchemos com tantas coisas que sequer há espaço para a realização. Ao desitirmos, soltamos e, assim, há como ela voltar cheia. Pode observar, é quando a gente desiste de ficar pedindo que tudo se realiza. Foi assim comigo muitas vezes e, provavelmente, com vc tb!

Por que citei o filme? A personagem principal, Mimi, não consegue pensar em outra coisa senão nos relacionamentos que não consegue ter. Enquanto está enlouquecida com isso, nada acontece. Somente quando desiste de ficar tentando encontrar o homem certo é que ele finalmente a enxerga como uma mulher especial.

Passei por essa situação durante um bom tempo. Depois de ver o livro, pensei muito. Um belo dia, disse à minha mãe: “Desisto. Acho que talvez eu não seja alguém que vá se casar e ter filhos. Tá na hora de eu aceitar isso e viver mais tranquila.” Dois meses depois, conheci meu marido e a continuação todos já sabem.

Vamos soltar as cestinhas, amigas? Parar de ficar carregando (e tagarelando) nossos pedidos para cima e para baixo e dar uma oportunidade ao cosmo de encher nossa cesta?

O que faltou dizer aos meus avós

Acho que tive sorte, fruto desse mundo moderno, tive três avós e três avôs. De todos, apenas dois avôs estão vivos. Nos últimos tempos, não só por causa do Dia dos Avós, tenho pensado muito em todos eles e nas coisas que eu gostaria de ter dito e não disse.

A minha avó paterna chamava-se Edna e foi-se muito cedo, quando eu ainda tinha 5 anos. Eu não me lembro da sua voz ou de suas mãos. Apenas me lembro de sua casa com móveis verdes, de um episódio em que quis comer batata crua (e ela deixou). O ano passado, em uma consulta, a médica me disse que era colega de turma de minha tia e que, por isso, frequentava a casa de minha avó, definindo-a como mais delicada que pétala de flor. Além disso, era pianista e grande incentivadora das artes aqui em minha cidade. Para ela, não faltou dizer, faltou conviver. A ela, eu diria para não ter ido embora tão logo, porque tenho certeza de que pessoas assim aliviam nossa pesada existência.

Minha avó materna chama-se Vera. Com ela pude conviver muito mais, que morreu quando eu tinha 11 anos. Doce e preocupada, minha lembrança de “vovó” nada se assemelha ao que tinha sido: uma mulher que, na década de 60, enfrentou a sociedade sendo desquitada e usando calça jeans. Alguns anos mais tardes, ao conhecer meu avô Pepe, foi morar na Amazônia e tinha como sonho morar em uma canoa. As minhas recordações remotam a uma senhora típica: fazia lanches deliciosos para nós à tarde, ensináva-nos a costurar, tricotar, leváva-nos à catequese, impedia que meu avô nos batesse. Como eu estava chegando à pré-adolescência, eu era chata, muito chata. Não tratava-a tão bem. Hoje em dia, pego-me sempre pensando em quanto ela iria adorar meu marido e meu filho. Ela era professora de corte e costura, então, cada vez que ligo minha máquina, penso “vovó, queria tanto que você estivesse aqui, me ensinando”. A ela faltou dizer muita coisa, não só que eu a amava demais, mas, principalmente, faltou dizer “perdão” por todas as vezes em que não enxerguei o seu amor.

Tive uma outra vó materna. Vovó Mari era madrasta da minha mãe, apesar de ter quase a mesma idade. Quando eu nasci, minha mãe me ensinou a chamá-la de vó, mesmo tendo tios da mesma idade que eu. Com essa, pude conviver mais tempo. Bahiana arretada, mulher que enfrentava a vida – ela era dona-de-casa e muito brava, levava meus tios (e meu avô)  firmemente. Ela me ensinou a bordar, a ter garra, a ser firme. Em 2002, minha família teve um acidente de carro e, quarenta dias depois, ela morreu no hospital. Minha última lembrança é dela no hospital, sem poder falar, apenas escorrendo as lágrimas. Ontem, nasceu seu primeiro neto. E como eu queria que ela estivesse entre nós, porque ela não tinha nem 50 quando morreu. Queria que ela estivesse no meu casamento e queria ouvi-la reclamando de várias coisas. A ela faltou dizer “te amo”. Com o jeito firme, acho que nunca pude contar a ela quanto eu a considerava e a amava.

Meu avô materno, seu Nelson, foi uma descoberta. Quando pequena, nós íamos na sua casa para brincar com meus tios (que tem nossa idade) e apanhávamos muito com a bagunça. Sempre foi mais caladão, na dele. No acidente, ele teve várias complicações posteriores, inclusive perdeu a perna direita – por isso, nós o trouxemos para casa para poder cuidar melhor dele. Durante alguns meses, moramos eu, ele e minha mãe. Foi surpreendente, ele estava mais falante, mais amoroso, chorão. Seu Nelson me contava várias coisas da sua vida, sempre provocando minha mãe com histórias da sua mocidade. Nos aproximamos tanto que eu sempre dizia o quanto o amava e o quanto ele era importante. Em 2007, eu levei meu pequeno, com pouco mais de um mês, para ele conhecer. Em janeiro de 2008, ele se foi. Acho que disse a ele tudo o que precisava, mas sempre repito, quando penso nele, “vô, que saudades!”

Meu outro avô materno, vovô Pepe, é padastro da minha mãe. Mesmo depois que minha avó faleceu, continuamos sempre pertinho dele. Italianão, daqueles baixinhos, narigudos e invocados. Apanhei taaanto dele na infância que, durante a adolescência, nós só brigávamos. Mas a vida é muuito sábia. Durante o período em que tive que cuidar da minha mãe de perna quebrada e do meu avô Nelson doente, quem foi que estava do meu lado todos os dias? Era o vovô Pepe. Nunca vi alguém assim. Ele fazia por nós coisas que duvidava: dormia em casa para descansarmos, preparava almoço, cuidava do meu vô Nelson. Sem ele, não sei como teria aguentado. O danado tá bem vivo. Faz caminhadas todos os dias, come muitas frutas. Com seu sotaque bem forte, reclama muito do Brasil – apesar de amar este país. Não há quem faça uma massa, principalmente um gnoche melhor que o dele. Acho que falta eu ligar mais para ele, parar de ficar só lembrando e telefonar, pedir para ele vir passar uns dias aqui em casa. Falta dizer que eu tenho saudades!

Meu avô paterno, conhecido como Dr. Dalmo, é uma figura rara, raríssima. Com 80 anos, ele navega na internet, escreve livros, frequenta a natação, está ativo e muuuito lúcido. Com seu jeito sério, ele comanda correntes de emails familiares, fazendo piadas e provocações com um humor britânico. Duas vezes por semana, encontra-se com os filhos – um dia é para ter conversas sérias, saber como todos estão e o outro é para diversão, para sentarem juntos, curtindo. Ele não fica dizendo “eu te amo” o tempo todo, mas seu jeito de cuidar da família toda é a maneira que encontra para expressar seu amor. Acho que falta eu dizer tantas coisas a esse avô querido. Ele não imagina o quanto eu o amo. Ele não sabe da importância que tem as lembranças das nossas brincadeiras de quando eu era bem pequena. Ele não sabe oquanto eu tenho medo de perdê-lo. Talvez por agora eu ser adulta, tenha perdido muito da minha espontaneidade e não sei como dizer tudo isso a ele…

Acho que não preciso dizer mais nada… preciso?

Outros posts sobre avós:

http://blogdati.com/2010/07/26/boa-noite-vovo/

http://www.samshiraishi.com/vovo-unica-e-insubstituivel/

http://recomadres.blogspot.com/2010/07/dia-dos-avos.html

Este texto participou da blogagem coletiva do blog Mulher e Mãe em 09/2010. Vai lá que tem mais textos sobre avós!

Gratidão à maternidade: Feliz Aniversário, filho

Há três anos, nascia meu bem maior… Não há como eu não ser grata a ele e ao universo por tamanha oportunidade.

Querido filho,

Feliz Aniversário. Eu não desejo somente muitas felicidade e muitos anos de vida. Desejo que você continue sendo este menino risonho e amoroso, desejo que você continue a fazer todos ao seu redor tão felizes. Desejo que você seja um adulto que busque sempre a felicidade, que saiba passar pelas dificuldades, que encontre a luz que há em você.

Meu amor, não há como não dizer, em um dia especial como esse, MUITO OBRIGADA! Talvez você não entenda o motivo da minha gratidão até que você tenha seus próprios filhos. Mas eu sou, e serei, eternamente grata à sua existência, ao seu nascimento.

Você me deu a oportunidade de vivenciar um amor desconhecido até segurá-lo no colo pela 1a vez. Com você, entendi o verdadeiro significado da palavra altruísmo e não me incomodei. Eu deixei de ser apenas uma menina para me tornar uma mulher. Ser mãe foi o que deu sentido à minha existência, pois eu não tenho certeza se eu estaria tão serena, tão madura se você não tivesse por aqui.

Agradeço por ter mamado, por ter chorado, por ter feito xixi em mim (!), por ter acordado à noite, ficado doente, sarado. Agradeço pelas horas que precisei ficar acordada, tentando fazê-lo dormir. Agradeço por ser tão teimoso, por, às vezes, ser desobediente e por me testar tanto. Obrigada. Todas essas difíceis situações me fizeram mais forte, mais segura de minha maternidade e me mostraram o quanto eu preciso confiar mais em mim mesma e o quanto cada mãe é a melhor do mundo para seu prórpio filho.

Agradeço por cada cachinho dourado de seus cabelos. Agradeço pelos seu olhar azul tão doce e pelo seu sorriso de pequeninos dentes separados. Agradeço por suas mãozinhas gordinhas, já capazes de fazer carinho. Agradeço pelas suas primeiras palavras e por todas que você hoje já capaz de falar. Agradeço pelos pés gordinhos que, antes estavam sempre branquinhos, e hoje vivem sujinhos por você correr tanto.

Como pode, filho, ser tão pequeno e causar uma transformação tão grande? Eu mal me reconheço depois desses três anos (e sua vida só está começando). Por sua causa, deixei de ir sempre a bares e de beber bebidas alcoólicas. Por sua causa, eu sofri tentando me entender. Por sua causa, eu precisei enfrentar minhas maiores dores internas. Por sua causa, tive que priorizar o outro (você) ao invés de mim mesma. Sua vinda fez com que eu entendesse melhor muito desse mundo, mas, principalmente, dos meus pais. Por sua causa, precisei fazer cortes financeiros e deixar de gastar com futilidades. Tudo muito simples, mas tudo tornou-se melhor.

Todas essas mudanças me fizeram um ser humano melhor e mais feliz. Sou muito mais feliz. Acordar com você me faz feliz.  Tudo em você me faz feliz, até quando fico brava, guardo um riso por dentro.

O mais legal de tudo isso é que, como ainda tenho que melhorar muitas coisas, você vai crescer ainda mais e me ensinar muito mais. Não há como não ser grata a tamanha oportunidade.

Então, querido, feliz aniversário. Te amo profundamente.

Beijos

Sua mamis

O trabalho e a vida familiar

Constituir uma família não significa somente casar-se e ter filhos. Ser família demanda, de cada um, uma energia, um amor e uma dedicação inigualáveis.

É muito difícil em um mundo tão atrativo como o nosso preocupar-se com os outros. E “outros” não siginifica somente a degradação do planeta ou pessoas que passam necessidades.

Dedicar-se à carreira profissional, à vida social, às facilidades tecnológicas é muito mais atrativo e fácil que dedicar-se a formar uma família. Pois, para isso, o outro passa ter uma importância tão grande quanto nós mesmos.

A família, assim como a vida, é de uma grande poeticidade. É o conjunto de diferentes palavras que, juntas, dão significado, ritmo e beleza aos versos. Diferentemente do que se diz, um bom poema não vem somente de inspiração. É necessário que o poeta trabalhe cada sílaba, cada palavra para que o resultado seja um deleite aos outros. Do mesmo modo, a vida familiar. Cada um é poeta neste poema em conjunto. O trabalho parece dobrado para dar sentido a vidas tão distintas.

Muitas vezes vejo as pessoas reclamando da quantidade de trabalho que têm e do pouco que ficam com a própria família. Vamos deixar de lado da discussão aqueles que precisam trabalhar muuuito para conseguir uma cesta básica, pois o motivo pelo qual se afastam da própria família é óbvio. Por outro lado, grande parte das outras classes sociais trabalha muito e não necessariamente é porque faltará algo em casa. A gente se pega falando o diabo por causa das exigências profissionais, mas não consegue abrir mão de nada para que fiquemos mais em casa: reuniões absurdas, congressos que viram passeio, happy hour com colega, horas a mais na empresa – pergunto por que e para quê?

Qual é o sentido de não vermos (ou não termos) nossas próprias casas como lugar para ser feliz e descansar? Por que nos atolamos no trabalho para deixarmos nossos próprios filhos com estranhos? Um homem disse para meu marido: “Vou dar um gás por quinze anos e depois vou curtir minha família”. Nossa, daqui quinze anos o Cauê terá 18 e não estará mais afim de ficar conosco. Será que meu filho (e nós quando crianças) não preferiria que ficássemos mais com ele agora do que mais tarde?

Gostaria muito de saber o que vocês acham e polemizar este assunto… que tal?

Depois de ler um post no blog Rede Mulher, resolvi adicionar duas propagandas que relacionam-se com esse post.

Os contos de fada e a nossa realidade

Passei muitos anos sonhando com os contos de fada. Eles pareciam nortear meus sonhos, minhas emoções. Depois de muita terapia e choque de realidade, descobri que minha vida assemelha-se muito mais aos filmes Shrek e Os Incríveis. Ao contrário do que imaginava, alegro-me com a comparação.

Homens (boa parte deles) são como o Shrek e, nós, como a princesa Fiona: passamos um tempão isoladas da realidade, achando que seremos encontradas por um príncipe que, quando aparece, é um ogro. De amor por quem nos resgatou para ódio por sua “aparência” é questão de minutos, entretanto muito tempo se passa até nos darmos conta de que nós, também, somos “ogras”.

Por meu marido ser o jeito que é, apesar de muuuito especial, ogro, digo que sou uma Sofia grande, ou seja, Sofiona (ou Sou Fiona). Deixar de lado a aparência de princesa e passar a aceitar que não somos tão perfeitos não é algo muito fácil, mas valeu a pena topar viver no pântano da realidade… hehehe

Tudo bem. Casamos com os “ogros”, ainda assim, continuamos a achar que nosso casamento será sempre “felizes para sempre”. O outro filme que citei para melhor ilustrar esse ponto é “Os Incríveis”. A crise no trabalho, no casamento, as brigas, mesmo sendo super heróis, é demais. Acho que a cena que mais gosto (e mais me vejo) é a da família no caminhão-foguete, tentando salvar a cidade e discutindo qual é o melhor caminho para chegar ao destino… (quem nunca discutiu com o marido teimoso sobre o melhor caminho?).

Proponho uma discussão, para esse blog não ficar tão chato… Afinal de contas, Buteco é lugar de conversas, trocas, não de monólogo, não é mesmo?

O que vocês, mulheres, acham sobre esse assunto: contos de fadas, mundo heróico e realidade?

Beijos a todas

Quando nós desistimos de mudá-los

Outro dia estava conversando com uma amiga e ela me contava como seu namorado havia mudado. Passamos a conversar sobre a transformação dos homens e isso me deu uma ideia de um post: é impressionante como os homens mudam quando nós desistimos de mudá-los.

O início

No começo do namoro, é tudo lindo. Romantismo, paixão, muito sexo, passeios. Com os meses (e os anos), a relação esfria e o casal tem a oportunidade de conhecer o outro como realmente é. Isso sempre traz à tona o mesmo tema: ele/ela tem um monte de defeitos que poderiam mudar.

Passamos meses (ou anos, ou a vida toda) tentando mudar o outro. Eu sou expert em tentar mudar namorados. Eu tentei sem sucesso mudar todos eles. Lógico que não deu certo. Como não dá certo, fazemos uma enorme lista das características inaceitáveis do próximo namorado. Mas isso também falha, lá estamos nós, novamente, no ciclo da vida…

A questão parece ser: por que não conseguimos mudar o outro? Choramos pitangas para as amigas, reclamamos, discutimos a relação com eles por horas a fio, brigamos… e não chegamos a lugar algum. “Por quê, Meu Deus, por quê?” nos perguntamos, inconformadas… Fazemos tudo por eles, somos compreensivas, mudamos nosso jeito para que a relação flua, abrimos mão de tantas coisas por eles… “Por que, Meu Deus, eles não podem fazer o mesmo por nós?” Oh, como somos ótimas no papel de vítimas.

Aceitação

A realidade parece ser bem mais densa… ou inaceitável para muitos. A verdadeira questão é: “Por que não podemos aceitar o outro do jeito que ele é?” Simplesmente entender as dificuldades alheias, as manias, os defeitos, pensando que, sim, nós também temos tudo isso. Talvez seja mais fácil para os homens porque eles parecem nos aceitar muito mais que nós os aceitamos. E não é conformismo. É compreensão. Não adianta querer que o outro mude. Nós, honestamente, não mudamos – apenas nos adaptamos (porque, se realmente tivéssemos mudado, não reclamaríamos tanto).

Qualquer relação exige entrega. Entende-se por entrega não a anulação do que é individual, mas um coração livre para aceitar a realidade. Patinamos demais porque, não importa quantos relacionamentos tivermos, sempre haverá defeitos para serem apontados. Ao nos entregarmos, passamos a aceitar que o outro é um ser humano como nós e, por isso, ele tem tanto direito de errar quanto nós. “Quando nós aceitamos nossas limitações, passamos a aceitar a dos outros”, dizia meu terapeuta.

Mudança

Tudo isso não significa que, nas relações, devemos aceitar tudo e relevar tudo. Pelo contrário. Como não existe mais a tensão envolvida nas discussões sobre mudanças, o outro passa a ter tempo (e “cabeça”) para pensar sobre aquilo que incomoda; nós passamos a ter uma postura mais motivacional sobre ambos crescerem individualmente; as críticas deixam de ser ácidas e passam a ser construtivas. A relação deixa de ser local de “transfêrencias internas” e passa a ser local de troca. E não há nada melhor do que muita troca, não é?

Se temos espaço para pensar, surge, também, espaço para mudar. As transformações ocorrem naturalmente. Não adianta chegar no casulo da borboleta e ficar gritando “Tá vendo como você é lenta? Vai, vai logo, vira logo borboleta”. Ela tem o tempo dela, assim como as flores, os ovos, a gestação e, inacreditavelmente, o ser humano. Respeitar o tempo de transformação do outro é um ato de extremo amor, desligado da paixão furiosa e egoísta. Amor que desejamos para nós mesmas… por que não oferecer para o outro? (mamãe sempre nos dizia isso, né?)

Assim como nas sementes (piegas esse exemplo, eu sei), toda transformação vem de dentro para fora. A planta só brota de dentro da semente para fora da terra. Não existe meios de fazer o contrário. Na verdade, toda mudança é como uma luz interna que se acende de repente e dá a possibilidade de enxergar algo que antes não era visível. Se o outro (ou nós mesmos) não enxergamos, não adianta ficar dizendo que há isso ou aquilo. A consciência ilumina no momento dela – quando ilumina.

Então, melhor do que brigar com a semente por ela não brotar logo, é aproveitar o momento para regá-la, colocá-la perto da luz, deixar a terra bem fértil e sem pragas… Quem sabe a danada não brota?

Alguns Exemplos

Quer alguns exemplos – além dos seus e das suas amigas?

Tive vários namorados com diversos vícios – pergunta se algum deles os deixou por minha causa? Aliás, acho que são viciados até hoje… Exemplo básico.

Na faculdade, tive uma amiga que não aguentava mais o namorado chato (dizia ela). Encontrou um fofo, apaixonou-se, terminou com o outro para ficar com o “grande amor da sua vida”. O que ela descobriu? Homem = padrão. O lindo que não tinha defeitos mostrou ter tantas dificuldades quanto o anterior… percebeu que preferia os defeitos do anterior. Por sorte, estávamos ainda na nossa belle époque e ela conseguiu encontrar-se e encontrar alguém.

A gente sempre acha que o que vivemos é o melhor exemplo. Tudo bem. Para variar, esse é com meu marido querido. Eu já estava cansada do jeito dele, do quanto bebia e etc. Fiquei muito brava, subi nas tamancas, disse que era para ele escolher entre eu e a cerveja. Ele disse que não pararia de beber por minha causa. Enlouqueci. No outro dia, arrumei todas as coisas dele e coloquei as malas na porta. Ele levou um susto e eu achei que estava “ganhando”. Para variar, estava errada.

Passamos horas e horas discutindo. Por que não parar de beber, por que não deveríamos ficar juntos, como éramos diferentes, nunca conseguiríamos viver em paz, como eu estava cansada… blá, blá, blá. Eram duas horas da manhã (conversávamos desde as nove) e estávamos rindo, rindo muito. Para cada argumento que eu dava, meu marido o transformava em uma piada – sem me desrespeitar, mas me mostrando o quão absurdo era o que eu falava. E me disse: “Querida, são duas da manhã e estamos rindo ao discutir a relação. Você acha mesmo que uma relação assim tem que acabar?”

Nossa… realmente. O que eu estava priorizando? O que eu queria com um relacionamento? Por que, ao invés de atacar, eu não poderia apoiar? A partir dali, decidi aceitá-lo. Tudo ficou um pouco mais fácil porque, aos poucos e naturamente, ele foi mudando e eu também… Não significa que nossa relação é linda e nós nunca brigamos. Apenas acho que parei de me lamentar tanto e isso gera um alívio no espírito.

O benefício do dom da paciência

Para encerrar com um pouco de humor, acho que devemos nos atentar a algo. Já reparou como os ex-namorados possuem a capacidade de ser diferentes com a namorada pós-você?

Sabe por quê? Você passou anos cuidando, tentando, falando, etc. Fez todo o trabalho pesado. Quando cansou, sem perceber que a mudança já estava a caminho, terminou. E entregou o “bonito” de bandeja para a outra já transformado.

Muitas vezes, o dom da paciência nos traz benefícios…

Dia dos namorados: vontade x comodismo

Sábado foi um péssimo dia… Estava muito frio por aqui, eu com TPM, gastrite, mau-humor. Passei o dia assim, sem fazer muita coisa, escondida debaixo das cobertas.

À noite, meu marido dormiu cedo porque estava cansado. Afinal de contas, ele passou o dia brincando com o pequeno…

Era um sábado/Dia dos Namorados falido. Fiquei muito brava comigo mesma… Eu tinha ganho uma bela lingerie, eram dez horas da noite e nada parecia acontecer… Culpa um pouco minha: desleixo por não querer me depilar no frio (hahaha), por passar o dia de pijama, por não entender o recado do marido.

Chega de culpa, né? Percebi que quem decidia se fica sofrendo sou eu mesma e eu não estava afim do papel de vítima (ai, que vida sofrida). Levantei, tomei um belo de um banho, com direito a depilação, hidratante, muito perfume. Enchi o quarto de velas. Abri um vinho. Coloquei Ella Fritzgerald para tocar.

– Amor, acorda, veja se a lingerie ficou boa…

– Ai, que susto!

– Por quê?

–  Acordei, vi as velas e pensei que tinha morrido!

(Não preciso contar o final exato, mas dá para dizer que adoramos nosso Dia dos Namorados)

A paixão e os vários “príncipes encantados”

Ideal

Desde pequena sempre fui daquelas meninas que se apaixonavam fácil e loucamente e achavam que aquele era o homem da minha vida. Passava horas da noite imaginando como teríamos momentos lindos e mágicos, sempre como num filme romântico. Eu procurava as coincidências, os fatos que tornavam aquela história única. O problema é que sempre terminavam em um gênero diferente: comédia ou drama…

Eu tenho um enorme histórico de paixões e bafões memoráveis… Minhas amigas com certeza se lembrarão, rindo destas histórias…

Minha primeira paixão foi aos 8 anos… também foi meu primeiro fora! Fabinho era o filho da melhor amiga da minha mãe. Trocamos cartinhas algumas vezes, eu dizia que ele era meu namorado. Quando fomos acampar juntos, passei o que parecia uma foto do futuro: diante de seus amigos, ele disse para mim que jamais namoraria uma menina tão feia e boba… Ai, ai…

Na 4a série, eu gostava de um garoto da minha sala. Após meses me contendo, resolvi escrever uma carta, mas decidi não entregá-la. Como toda menina que tem uma ótima “amiga”, em um momento de distração, ela pegou a carta e entregou-a ao felizardo. Morrendo de vergonha, corri para o banheiro e lá passei umas boas horas chorando. Quando finalmente resolvi sair, a sala toda estava no pátio, na aula de E. Física, e, ao me ver, começaram a rir e a tirar sarro, pois o infeliz havia lido minha declaração para eles. Sorte, não?

Alguns anos depois, quando achei que daria o primeiro beijo, o malvado garoto saiu dizendo que eu havia mordido sua boca e não sabia beijar…. anos e anos de tiração de sarro…

Ao dar meu primeiro beijo de verdade, passei anos com uma paixão platônica – sabe aqueles meninos que são parente do parente e que só vemos em raras ocasiões? Então, eu passava todo esse tempo sonhando em como ele era especial e nós seríamos eternamente felizes. Depois que nos beijamos, além da demonstração dele de querer algo um pouco mais “forte” do que beijos para minha idade, ele fez o mesmo que os outros – tirou sarro de mim, me ignorou e coisas dos tipo.

Há outros meios de acabar com uma paixão. Na 8a série, apaixonei-me por um menino da sala. Admirava-o, achava-o lindo, etc. Em uma brinca (brincadeira – festinha daquela época para dançarmos), nós finalmente ficamos. Quando ele começou a me beijar, a paixão foi embora junto com a enorme língua que tentava alcançar o fim da minha garganta.

Pouco tempo depois, comecei a namorar e gostei de ter essas relações mais duradouras. Tive vários namoros longos, todos muito cheio de confusões e sonhos de matrimônios perfeitos. Mas as histórias das grandes paixões, consequentemente dos grandes foras, foram entre esses namoros.

Aos 16, em uma fase bem alternativa, “casei-me” sob as estrelas (e depois levei um fora sob o telefone), encontrei um príncipe (não virou sapo, mas foi embora no cavalo branco), conquistadores baratos tocavam violão, davam flores e depois as namoradas (que juravam não ter) vinham querer me bater na porta de casa…

Quando fui à Índia pela primeira vez, conheci um argentino que me deixou meses e meses perdidamente apaixonada. Tínhamos a mesma idade, estávamos naquele lugar incrível, tínhamos gostos parecidos. Passamos dias conversando e, quando parti, passei meses sonhando com o dia em que iria até Buenos Aires, esperando-o na frente de sua casa para surpreendê-lo e viver feliz para sempre… Ô, dó… Nunca mais nos falamos, além de uma ou duas cartas naquele mesmo mês…

No terceiro colegial, gostava de um menino muito fofo que não estudava na mesma escola. Passamos a ficar, mas nunca assumimos um namoro. Eu era completamente apaixonada e ele parecia ser também, mas era um moleque fazendo graça para os amigos. O engraçado dessa história ocorreu em um dia em que resolvi visitá-lo em sua escola. Como era um estilo de cursinho, na hora do intervalo, todos os alunos iam para a rua. Eu o vi encostado no muro, atravessei a rua com o olhar sexy… quando cheguei na calçada e comecei a falar um “oi” sensual, fui atropelada pelo carrinho de pipoca… Imaginem… a escola inteira rindo de mim, os amigos dele passando mal. Eu e ele sem saber o que fazer…

Fui eu que terminei quase todos meu namoros. Caras complicados, coisas do tipo. O único que terminou comigo foi uma dessas paixões que eu encontrava todas as características para uma linda história de amor. Eu me arrastava pelo filósofo, vendo nele um ídolo, uma admiração. Namoramos duas vezes, com intervalo de cinco ou seis anos entre um namoro e outro. Como se não bastasse a primeira vez que ele terminou, cantando “Trocando em Miúdos”, foi ele que terminou também da segunda vez. O único homem que terminou comigo, o fez duas vezes… Foi bom porque, depois da última vez, fiquei como que vacinada e desisti de encontrar “o homem da minha vida”.

Quando eu conheci meu marido, também me apaixonei por ele. Mas como estava cansada de foras e decepções, repetia para mim mesma o tempo todo “Estou apaixonada, mas não é ele…”

Sempre perguntei à minha mãe como é que sabíamos se aquele seria ou não o homem com o qual vamos nos casar. E ela sempre me disse: “Nós não sabemos, é sempre com quem a gente menos imagina”. Na verdade, não dá para saber quais são as características exatas, principalmente porque há uma mistura entre sonho e realidade. Há uma busca incansável por uma história perfeita, momentos mágicos.

A diferença é que, quando amadurecemos, percebemos que temos que nos apegar ao que é possível, procurar por pessoas reais, aceitar o outro. Na verdade, há uma compreensão da rotina como uma oportunidade de viver coisas belas. As “histórias de amor” na qual nos apegamos duram o tempo necessário para que não possamos enxergar a realidade. A realidade é que homens e mulheres são, de modo geral, muito parecidos. Precisamos apenas decidir quais defeitos somos capazes de superar e quais são as qualidades que conseguimos enxergar em detalhes passados desapercebidos.

Ao descobrir a gravidez e passar a conviver melhor, a paixão sentida por meu marido diminuiu muito. Até chegar ao altar, precisei superar um monte de ideais que nunca se concretizariam. Ali, no momento do sim, e no dia-a-dia, passei a viver, finalmente, uma história de amor, mas real e cheia de desafios a serem superados.

Temos o costume de dizer que “fulano é o amor da minha vida”, mas ainda não chegamos ao fim da vida para afirmar tal coisa. Afinal de contas, não sabemos o que o futuro nos reserva. O que podemos dizer é que tal pessoa é, com certeza, a mais importante até hoje e que, muito do que aprendi, foi graças à ela, muito do que me faz feliz é estar ao seu lado.

Detalhe: amo jazz antigo, sempre disse para mim mesma que me casaria com o homem que dançasse uma música dessas comigo. Na noite em que fiquei pela primeira vez com meu marido, ao chegarmos em casa, ele veio até o computador, escolheu uma dessas músicas e me puxou para dançarmos…