Das artes e das bochechas… como fica?

Sobe na cadeirinha, da cadeirinha, sobe na mesinha. Sobe na cadeira, apóia na mesa. Sobe no banquinho, senta na poltrona. Sobe no banco, mexe em tudo em cima da mesa. Sobe no banquinho, puxa o varal, derruba o varal nela. Sobe no sofá, se joga no sofá, se joga do sofá.

O coração da gente fica apertado. A gente dá bronca. A gente fica brava. A gente quase morre de susto. Aí, a gente vai para a cozinha, fecha a porta para ela não mexer em nada e a pessoa faz essa carinha. E, aí, a gente fica como?

Posso com essas bochechas e essa boca linda?

A reclamação e as escolhas

Eu reclamo todos os dias de ter que ficar em casa. Reclamo dos trabalhos domésticos. Reclamo da falta de independência financeira. Reclamo da falta absoluta de tempo para mim mesma. Sou a encarnação do “mimimi” e o absurdo da reclamação.

Ao mesmo tempo, não consigo mais me imaginar em um trabalho que eu fique longe dos meus filhos o dia todo  ou em outras pessoas passando para eles todos os valores que acredito importantes. Reclamos, mas não tomo atitudes. Talvez porque, inconscientemente, eu ainda queira estar aqui com eles e há um lado meu que não consegue assumir isso.

Aí, que hoje cedo, depois de passar a manhã reclamando internamente, eu vi este vídeo:

E chorei, chorei, chorei. E me lembrei deste outro. (talvez, ateus, agnósticos e não-cristãos sofram um pouquinho, mas a mensagem é muito legal).

Acho que eu me cansei de tanto reclamar.

Bom, eu não me lembro da minha primeira infância. Tenho alguns flashes. Mas, de modo geral, eu não me lembro do quanto minha mãe se dedicou a nós. Meus filhos provavelmente não se lembrarão de todo esse meu empenho. Por outro lado, eu realmente acredito que todo esse amor, toda essa energia que doamos aos pequenos ajuda a fortalecer os alicerces internos de meu filhos.

Se fiz essa escolha, se acredito no valor que isso tem, por que a torno tão pesada? Acho que, por um lado, sinto muita falta daquela independência que a gente tem quando se está trabalhando. Acho que carrego comigo uma desvalorização dessa opção. Acabo me esquecendo do que me motivou ter o cuidado com meus filhos uma prioridade. Passo olhar os tijolos ao invés da catedral, a louça, ao invés das crianças sendo felizes. Preciso parar de reclamar e assumir minhas escolhas. E ser feliz com elas.

 

 

(P.S.: não estou condenando quem trabalha, não estou dizendo que crianças que a mãe trabalham não são felizes, não acho que atitudes diferentes das minhas são piores ou melhores. Essa é apenas a minha perspectiva sobre as minhas atitudes, tá?)

“Calem a boca” ou “Gente que incita culpa nas mães”

Trabalhar e ficar com os bebês

Bebê grita

Nossas avós, e todas as ancestrais, não tinham opção: tinham que ficar com os filhos em tempo integral. Nossas mães não tinham opção, não podiam ficar com os filhos. Tanto as primeiras quanto as segundas, agiram baseadas na cultura da época. Era um escândalo as mulheres que trabalhavam e deixavam seus filhos há muitos anos; era um escândalo as mulheres que abriam mão de suas carreiras por causa dos filhos há poucas gerações. Atualmente, nós teríamos opções: ficar ou não com os filhos não (deveria ser) é um escândalo.

Apesar disso, há nos diversos blogs, sites e salas de pediatras, um discurso sobre o “mal” de deixar pequenos bebês nos berçários. Pessoas que falam sem ter o menor conhecimento nem da realidade da maioria da população, nem de pesquisas sérias sobre socialização de bebês (assunto para um post futuro, quem sabe).

Há vários fatores que levam uma mulher a deixar seu pequeno pacotinho sorridente em um berçário. O principal é o de ter de pagar as contas. Simples assim. Vou dar o meu exemplo. Maridão ganhava R$800,00 quando meu filho nasceu. Eu ganhava o dobro. Meu aluguel em um bairro simples era de R$450,00. Precisa de ajuda pra fazer essa conta? A solução teria sido mudar para a periferia? Não investir na carreira dele, porque era somente o salário inicial? Eu não tinha saída, tinha contas pra pagar no fim do mês.

Outro fator é a personalidade da mulher. Algumas precisam trabalhar como uma forma de continuar a ser um pouco de si mesma. O trabalho funciona como terapia, como modo de continuar ligada à realidade, a si mesma. E essa mulher não é menos mãe por tomar uma decisão dessa.

O “Como cuidar de seu bebê”

Livros que falam de rotina, livros que falam pra deixar chorando, livros que falam em acalentar a todo momento. Livros e “especialistas” que falam. Um fala, outro adota, todos julgam o diferente (why, my god!?).

Crianças gritam

Só quem já teve um bebê pequeno consegue entender o que significa viver em função das necessidades de outra pessoa – que depende de você em tudo.

Cada mãe conhece seus filhos. Sabe o que é choro de fome, manha, cansaço. Toda mãe testa seus próprios limites para fazer o melhor para o filho. E aí vem o especialista na TV e diz que o que ela faz está errado. Ela lê em blogs e sites de maternagem que o que ela acredita não vale nada. Insegura, deixa de reconhecer o seu próprio bebê. Não tem mais certeza do choro, não sabe mais o que fazer para acalentá-lo, não entende mais se é cansaço ou fome.

Quando a mãe, segura, pede ajuda, aí, sim, tudo será melhor compreendido e, com certeza, melhorará a relação e a dinâmica na vida familiar. A gente sabe dizer: “Estou no meu limite, alguém me ajuda?”

A Amamentação

Outro dia li um texto muito bom sobre os benefício da amamentação – uma nota no Facebook: http://virou.gr/q7Dc5D . Uma das ideias que a autora defende é a de pararmos de idealizar esse momento.

“Especial. ‘A amamentação é um relacionamento especial.’ ‘Faça um cantinho especial para amamentar.’ Em minha família, refeições especiais exigem mais tempo. Ocasiões especiais significam mais trabalho. Ser especial é bom, mas é complicado, não é parte do dia-a-dia, e não é o que queremos fazer toda hora. Para a maioria das mulheres, a amamentação precisa se encaixar facilmente em uma vida agitada – o que acontece, é claro. ‘Especial’ é um conselho para desmamar, não para amamentar.”

Amamentação é difícil; no começo, pode doer muito, desgasta, nem sempre estaremos lindas, leves e soltas para alimentarmos nossa pequena boquinha faminta. As mães precisam saber disso para darem conta dessa realidade, para saber que não é só ela que sente raiva, culpa e desgaste.

Eu sou TOTALMENTE a favor da amamentação. Mas preciso dizer que livre demanda é ideal. Livre demanda é para quem pode dedicar-se exclusivamente ao bebê. Toda vez que minha pequena sente fome, eu a amamento. Mas eu não consigo satisfazer a necessidade de sucção dela no peito. Isso é irreal para mim e vai além do que posso.

Sou a favor da desmitificação da amamentação.

Para ir um pouco além, quando uma mãe decide – consciente – de que não quer amamentar seu rebento, ela não deixa de ser mãe por causa disso. Isso não a faz pior ou melhor do que ninguém. É necessário parar de julgar mães que tomaram decisões diferentes das nossas.

Os homens e o discurso

Perdoem meu palavreado. Eu não tenho pinto, por isso, têm muitas coisas ligadas ao universo masculino que não entendo. Por isso, não me intrometo. Se eu der minha opinião, será sem querer fazer com que se sintam culpados por serem quem são.

Homens não têm útero, não têm peitos. Não nos entendem. (Perdoem-me os homens que são exceções).

Alguns, intitulados como especialistas, dão opiniões que massacram nossa auto-estima e aumentam nossa culpa por sermos nós mesmas.

É fácil dizer a uma mãe o quanto ela faz mal a seu filho porque não o amamenta direito, porque não acalenta o seu bebê o suficiente, porque deixa-o em um berçário. “Mãe, você precisa se dedicar mais, seu filho precisa de você.” Mais?, ela pensa. Como assim? E tudo o que eu faço, então, não está bom? (Aposto que esses caras não fazem metade do que indicam. Apostos que vão a congressos e seminários regularmente, deixando as esposas sozinhas e enlouquecidas).

Se você tem babá e/ou diarista e/ou mensalista; se sua mãe, sogra, vizinha te ajudam integralmente; se o salário do marido paga todas as contas; se você não pira quando abre mão de tudo – até de si mesma – e assume a postura de mártir: não julgue quem é diferente, quem assumiu, por opção ou por necessidade, uma vida diferente da sua.

Quem me conhece pessoalmente sabe que hoje não trabalho, sabe que não gosto de me fazer de coitada, sabe que não tenho babá ou mensalista – vez ou outra, uma diarista. Sabe que eu não admito preconceitos e julgamentos.

Mães, gritem, por favor

Honestamente, eu enlouqueço com textos e índices e conselhos vindos de quem não sabe o que é real e julga aquelas que vivem diferente. Repletas de culpa, aí, sim, as mães passam a fazer o que REALMENTE é prejudicial para bebês e crianças: mimá-los demais, enchê-los de brinquedos e cacarecos desnecessários, perderem a paciência com as birras (porque a lógica é a seguinte: filho bravo porque mãe tá longe + mãe culpada = birra + brigas. Se a mãe está tranquila, consegue resolver sem partir pra agressão verbal ou física).

Na boa, não costumo falar isso, mas CALEM A BOCA!

Por que nossos filhos nos amam? – ou “Aceite seus limites”

No começo do ano, escrevi um texto sobre a gente aprender a aceitar os nossos limites como mãe e aceitar “A mãe que posso ser“. Esse parece ser um assunto que nunca se acaba e, vira-e-mexe, passamos por situações em precisamos nos lembrar disso.

Eu não sei exatamente por que, mas, às vezes, tenho muito medo de meu filho não me amar o suficiente, quer dizer, perder o vínculo.

Parece que, como um namorado ao descobrir nossos defeitos, ele deixará de nos amar e não vai mais querer ficar pertinho (eu sei, Freud, eu sei).

A verdade é que, primeiro, ele vai, sim, descobrir nossas falhas e, segundo, ele vai, sim, também se afastar de nós um dia (em uns 18 anos, por favor). (eu sei, Freud, eu sei)

Filhos, assim que aprendem a comer, andar e, principalmente, falar, “descobrem” nossas fraquezas e as testam diariamente – seja na alimentação, no comportamento, no sono e por aí vai…

Quando essa angústia bate, deixamos de pensar no porquê dos filhos nos amarem. Você sabe por que seu filho te ama?

A nossa entrega

Eles nos amam porque decidimos gerá-los e recebê-los nessa vida (em alguns casos, “somente” recebê-los). Eles nos amam porque os alimentamos e, independentemente do tipo de aleitamento, lançamos aquele olhar de profundo amor sobre eles. Nós os mantemos limpos e cheirosos. Eles nos amam porque nos entregamos a eles – cada mãe com a entrega possível. Eles nos amam porque abrimos mão de muitas coisas por eles. Nos amam porque colocamos limites (umas mais, outras menos); e porque atendemos a certos pedidos especiais que só as mães compreendem (do colinho para o bebê ao chamego para os mais velhos). Eles nos amam pelos beijos nos dodóis, pelos cuidados quando estão doentes – e quando não estão, também. Eles nos amam porque nos esforçamos ao máximo para que eles sejam pessoas felizes.

Acredito que, antes de nascer, nós escolhemos nossa família. Isso muda tanto o olhar. A história de “não pedi para nascer” torna-se “você me escolheu como mãe e foi por um bom motivo”!

Então, por fazermos tanto por eles, por termos sido escolhidas, deveríamos respeitar nossos limites e deixar de se sentir tão culpadas por aquilo que não conseguimos, ou podemos, realizar. Não importa o tipo de parto que você teve, nem quanto tempo conseguiu amamentá-lo, muito menos se você não é o tipo que passa horas brincando no chão ou não consegue/não quer dar todos os brinquedos do mundo para seus filhos.

Nós temos nossos defeitos, temos muitas falhas. Mas eles também têm. Aceitar isso em nós mesmas é dar a oportunidade a eles de aprenderem que devemos amar as pessoas como elas são – e não como nós gostaríamos que elas fossem. Ainda assim, esses pequenos são a expressão do “amor puro”, do “amor divino” e conseguem nos amar nas situações mais difíceis e complicadas – que dirá quando somos pessoas que se dedicam tanto!

Amigas mães, vamos parar de nos torturarmos tanto por amar nossos filhos? Eles nos amam e sempre vão nos amar. Estamos dando nosso melhor e, mesmo que não seja perfeito (porque não é), não vai adiantar muito sermos mães que não amam a si mesmas.

O problema e o medo dos traumas

Há poucos anos, perdi um medo: na aula de Psicologia da Educação, estudando Freud, fui que fiz uma descoberta.

Quando Freud começou a falar em suas aulas e palestras sobre os traumas de infância, várias mães, preocupadas com a educação de seus filhos, foram perguntar a ele o que deveriam fazer para que não crescessem com nenhum trauma. A resposta foi surpreendente – para elas e para mim: “Nada. Nada do que você fizer ou deixar de fazer pode impedir que a criança tenha um trauma.”

Pronto. Naquele instante, eu, neurótica que era sou com traumas e problemas posteriores em meus filhos, respirei aliviada. Puxa vida, simples assim? É, simples assim.

É bem lógico que certos comportamentos das pessoas que circundam a criança podem gerar traumas e problemas – violência, abuso, descaso, maus exemplos. Mas o excesso de preocupação com o trauma – ou o medo dele – também não pode moldar o comportamento dos pais.

Conheço uma senhora que sempre nos conta de que, na época em que seus filhos eram crianças, a psicologia afirmava que “dizer não para as crianças gerava trauma”. Crente neste pensamento, ela nunca dizia não para seus filhos. O irônico e infeliz resultado disso é que os filhos dela, hoje com mais de 40 anos, não tornam nenhum pouco fácil nem a vida dela, nem a deles. Adultos incapazes de enxergar a mãe e seus problemas, preocupados sempre com eles mesmos. Não dá para dizer que foi só isso o causador dos problemas dessas pessoas, mas dá para perceber a influência que isso teve.

Como sempre estive ligada à educação e sempre sonhei em ser mãe, a preocupação em não gerar traumas nos meus filhos sempre foi grande. Nunca fui adepta a seguir modas da pedagogia ou da psicologia, mas sempre me preocupei. Achava que determinados comportamentos meus – como não ser alguém que senta e fica horas brincando com a criança – poderiam gerar traumas nos meus filhos.

Depois de muita terapia para lidar com meus próprios traumas e dessa descoberta preciosa, cheguei a uma conclusão. Para sermos bons pais, não devemos ter tanto medo dos traumas. A gente tem medo de tanta coisa – e se culpa por tantas outras: deixar de comprar presentes, não passar tanto tempo com os filhos, obrigá-los a comer bem, colocá-los em uma rotina, fazer com que estudem, proibir certos programas de TV etc. Tudo isso parece, de certo modo, ótimo caldo para alguns dizerem: “Nossa, mas assim seu filho vai ficar assim, assado.”

A questão é que, não importa o que você faça, ele vai ter os traumas dele. O que fazer, então? A conclusão a que cheguei é que temos que priorizar internamente o que pretendemos para nossos pequenos: quando eu ajo dessa maneira, estou querendo chegar aonde? Quando eu decido algo, mesmo que pareça doloroso para os pequenos e que eles chorem copiosamente, não estou pensando se ele ficará com trauma ou não, mas se ele se tornará um adulto com caráter, correto e bondoso. O pensamento muda de “será que essa minha atitude vai gerar um trauma” para “será que essa minha atitude contribui para um futuro adulto melhor”?

Queridos amigos psicólogos, não fiquem bravos comigo. Não estou querendo que nós, mães ignorante da psicologia, façam coisas para “machucar” nossos pequenos. Acho que isso faz parte de duas discussões recentes: a da culpa que carregamos por tudo o que a gente faz – aqui e aqui– e a da preocupação com o tipo de adulto que nossos filhos ser tornarão – aqui. É lógico que todo estudo e toda dica são bem-vindos. Mas acho que nós sempre temos que filtrar e refletir até que ponto certas verdades cabem em nossa realidade. Se ficarmos apenas pensando nos traumas, talvez nós nos esqueçamos das próprias crianças…

A Hard Day’s Night…

Tem dia que os bebês parecem segurados por anjos, tomados por uma calma e uma doçura inimagináveis.

Mas tem dias que não há nada, nem ninguém, nem lugar nenhum que pareça acalmá-los. O carrinho tem formigas; o berço, aranhas gigantes; a música calma torna-se hardcore; a fralda, ainda que limpa, parece estar sempre suja; nem mesmo a chupeta, condenada por uns, idolatrada por outros, parece querer ficar na boquinha inquieta. Não há mamá que sustente, nem sono que chegue, nem cólica que passe. Às vezes, até o colo da gente parece ter espinhos…

Eu sei que passa e isso nem é exatamente uma reclamação. É só para dizer que desde ontem à noite, só há uma música em minha cabeça:

Como cuido do meu bebê

Sou mãe. Agora, mãe de dois. E como eu peno, custo a entender, bato a cabeça e coisas similares para tentar viver e entender melhor meus pequenos, achei que seria legal compartilhar com outras mães coisas que faço com meus pequenos e que deram certo – comigo, tá?

Antes de mais nada, para os atiradores de plantão, devo avisar: não, não sou formada em enfermagem com especialização em pediatria, não sou pediatra, psicóloga, pedagoga ou outras especialidades exigidas pelos mais especialistas. Professora de E. Fundamental, serve? Talvez não. Sou só mãe mesmo e curiosa, então, desde meu primeiro filho, busquei e tentei várias coisas e as que deram certo estou repetindo agora e tem dado certo de novo. Visto isso, decidi compartilhar.

Mas, queridas amigas mães, esses itens NÃO são um manual do que deve ou não deve ser feito… O que deu certo pra mim pode não funcionar com outras pessoas e vice-versa. Tenho uma amiga que teve nenê muito próximo e nem sempre o que dava certo com ela, funcionava comigo ou o contrário. Portanto, por favor, não levem tudo ao pé-da-letra. Ninguém precisa concordar ou fazer o filho passar mal para dar certo. E ainda assim, algumas vezes também dá errado comigo…

Também tenho que dizer que muito do que sei eu aprendi nesses dois livros: Os segredos de uma encantadora de bebês, da Tracy Hogg, e O que esperar do primeiro ano.

* CONFIE NA SUA INTUIÇÃO

  • A melhor mãe para seu filho é você – como eu já defendi aqui – e não a amiga, a sogra, a sua mãe ou a blogueira que dizem ser muito fácil ser mãe.
  • Quando a gente está tranquila, fica mais fácil escutar nossa intuição. Caso você esteja cansada, sugiro duas opções:
      • se você não estiver sozinha: peça para alguém ficar com o bebê (mesmo que ele esteja chorando um pouco) enquanto toma um banho rápido e dá uma relaxada…
      • se você estiver sozinha: converse com o seu bebê. Explique que você não está bem, mas não é ele o culpado, apenas faz parte. Seja sincera com ele e converse pensando que ele entende, sim, e o quanto é legal quando alguém te explica porque não está bem.
  • Pense naquilo que acredita, nos seus ideais e vá em frente. Se não der certo, dê-se o direito de mudar, de errar, de tentar de novo.
  • Permita-se sentir-se frustrada e procure alguém que não irá julgá-la para desabafar. Toda mãe sente raiva da situação, do bebê, do marido, da família, etc em algum momento…

* CADERNO PARA ANOTAÇÕES + CANETA + RELÓGIO

Anotar pelo menos nos primeiros dias me ajudou muito a entender como era o ritmo do nenê. Assim, eu sabia exatamente a hora em que ele tinha mamado – e se aquele choro era de fome ou não -, ou se algumas coisas aconteciam sempre no mesmo horário, por exemplo.

Não, não estou sugerindo que você se torne “escrava” do relógio. Mas anotar tudo o que acontece no dia pode ajudar (e muito) em vários momentos. Por isso, eu geralmente anoto:

  • horário da mamada e qual peito ou quantos mls;
  • sono
  • fralda com xixi ou cocô
  • cólicas
  • dúvidas
  • mudanças na rotina

Aqui estão algumas fotos:

* ROTINA

Por favor, não me condenem antes de tudo! Quando digo rotina, não quero dizer colocar seu RN em um esquema de horários rígidos e totalmente controlados. A rotina, para mim, significa a ordem em que as coisas são feitas.

A minha pequena, por exemplo, segue uma rotininha a cada 2 horas, 2h e meia – tempo que ela mesmo estabeleceu: mama, fica um tempinho acordada – e aí eu troco a fralda, brinco um pouco -, dorme. Sempre nessa ordem, durante todo o dia. Também tento dar o banho sempre no mesmo horário, quer dizer, na mesma “faixa” de hora do dia – por exemplo, entre 17 e 18h30.

Com a rotina, consigo entendê-la melhor, já que sei o horário em que ela mamou, quanto tempo e o que já foi feito. Ela está chorando – e agora? Já amamentei, já troquei a fralda, ela já dormiu? Fica mais fácil entender o choro.

Além  disso, com a rotina, o nenê fica mais tranquilo, porque ele “sabe” o que vem pela frente. Meus dois filhos ficaram mais tranquilos com o fato de eu esquematizar essa rotininha.

* CUEIRO, MANTA, ETC.

Quando meu filho mais velho nasceu, só minha sogra conseguia acalmá-lo e eu não entendia como. Achava que era porque ela não cheirava a leite, porque sabia pegá-lo e coisas assim. Não era! Algumas semanas depois, descobri – por outra pessoa – que era porque ela o enrolava na manta… Então, aprendi a técnica e usei enquanto foi possível…

Enrolar os pequenos deixa-os muito mais calmos – quando eles são bem novinhos. Afinal de contas, eles estavam bem apertadinhos lá no útero. Ainda assim, há bebês que não gostam muito e acabam deixando as mães mais nervosas… Mais uma vez, depende de cada um…

  • Eu só enrolo a nenê na hora de fazê-la dormir ou quando ela está com cólica;
  • Ela tenta sair, mexendo-se, mas eu continuo segurando-a e, logo, ela se acalma. Não se trata de torturar o pobre coitado bebê segurando-o com força (não, por favor!), mas apenas conter um pouco a movimentação para que ele relaxe em seguida.
  • Para enrolá-la, gosto de usar tecidos mais firmes, nada como mantas de crochê ou tricô, porque acho que ficam folgadas e não dão a firmeza necessária. Cobertorzinhos e mantas de algodão são ótimos. Além disso, o tecido precisa ser grande, pois, se faltar tecido, o bebê sai com facilidade e enrolá-lo perde a função inicial…
  • Aqui está um link de como enrolar seu bebê no cueiro. É um vídeo em inglês, mas dá para entender como fazer.

* ACORDAR O BEBÊ SE ELE DORMIR DURANTE A MAMADA

Seja a favor da livre demanda, seja defensor de regras para mamar ou qualquer outra teoria, todos concordam que a maioria dos bebês que dorme no peito não se alimenta direito. Isso independe da quantidade de tempo que eles ficam. Se o bebê dormiu, acorde-o… ele se alimentará melhor e não fará associação entre mamar e dormir…

* BEBÊS NÃO CHORAM SÓ DE FOME

Tá, eu sei, é meio óbvio, mas quando os nenês começam a chorar freneticamente sempre tem alguém pra dizer que ele está com fome, não mamou direito e que seu leite deve ser fraco…

Por isso, gosto da história de anotar tudo e estabelecer uma ordem nos acontecimentos. Se o bebê já mamou, existem outros fatores que podem ocasionar o choro:

  • cansaço, sono;
  • incômodo como fralda suja, calor, frio, uma etiqueta que está machucando, posição no carrinho, berço;
  • cólica;
  • colo, chamego;
  • mudança no ambiente…

* BEBÊS DEMORAM PARA DORMIR

Eu só conheço duas pessoas que dormem ao encostar a cabeça no travesseiro: meu pai e meu marido. Fora os dois, a maioria das

pessoas também demora um pouco até pegar no sono. Sendo assim, os bebês também demoram um pouco para adormecer. A gente os pega chorando, tenta fazê-los dormir e, depois de 5 min., acha que deve ser outra coisa porque eles não dormiram…

Seguem algumas das coisas que penso sobre este momento:

  • Ser paciente;
  • Não fazê-lo dormir no meio da muvuca ou chacoalhando o coitado loucamente – eu gosto de embalar (e não balançar freneticamente) os pequenos, mas devo confessar que ficou difícil quando meu filho pesava mais que 6 quilos…
  • Enrolar no cueiro e dar leve batidinhas no bumbum.
  • Cantar (se for do seu gosto)

* BANHO BOM

Além do banho diário, quando a gente recebe muitas visitas, e a bebê pulou de colo em colo, ou sai de casa, gosto de dar um bom banho só para a nenê relaxar um pouco…

* SIMBIOSE entre mãe e bebê

Eu acredito – e há algumas teorias para isso – de que há uma simbiose entre mãe e bebê. Colocando de lado toda a teoria psicológica, acho que, quando estamos bem, tranquilas, confiantes, nossos pequeninos também se sentem assim. Se estamos agitadas, ansiosas, os pequenos parecem “sentir” e abrir o bocão mais largamente… Isso não quer dizer que uma mãe tranquila não terá um bebê agitado e vice-versa. Mas parece que quando estamos bem, tudo ao redor fica mais fácil…

* CRÍTICAS ÁCIDAS À SUA MATERNAGEM NÃO SÃO BEM-VINDAS

É impressionante: sempre tem alguém para questionar tudo o que você faz. Outra coisa que também aparece são as histórias horrorosas de coisas que não deram certo – com finais trágicos ou para a mãe (que sofreu muito) ou para o bebê… E elas sempre aparecem para “mostrar” como você está agindo erroneamente.

Eu não sei ser mal-educada, então, quando alguém palpita de modo infeliz, ignoro (apesar de me corroer por dentro). Hoje em dia, se eu tiver intimidade, peço para que a pessoa pare de falar sobre aquilo. Agora, se você souber dar boas respostas, minha sugestão é de que pratique, pois as pessoas não tendem a parar com o tempo – seu filho tenha 1 mês ou 1 ano, quem critica sempre acha algo errado. Até porque essas pessoas estão colocando as próprias frustrações, medos, inveja naquela situação (a qual ela NÃO pertence).

Acho que, quando a gente tem dúvida, a gente deve perguntar, fuçar, pesquisar. Principalmente, escutar pessoas amorosas e que não julgam – às vezes, elas têm razão.

Acima de tudo, confie no seu instinto e não em mim…

Tudo o que escrevi é uma reflexão do que vem dando certo comigo. Quero frisar de que isso é extremamente pessoal, cada mãe, cada bebê é de um jeito… Eu tenho um monte de dúvidas, medos e coisas que não dão certo. Fica aqui a minha dificuldade, quem sabe quem leu o post não pode me ajudar:

Alguém sabe como não dormir durante a mamada noturna? Todas as vezes que amamento durante a noite, eu durmo. Durmo com ela no peito e acho isso assustador, pois tenho medo de que algo lhe aconteça… dicas? palpites? ajuda?!

A distância entre nossos filhos e os noticiários de TV

A gente sempre vê notícias muito tristes na televisão, na internet, nos jornais. E sempre acha que tudo aquilo que acontece está bem distante do nosso “home sweet home”, sem se dar conta de que há, sim, uma ligação entre eles. Aquelas pessoas que estão ali, querendo ou não, já foram lindos bebês nos colos de suas mães. Então, fica a questão: “Como chegaram até ali?”

Na verdade, quando temos nossos pequeninos nos braços ninguém pensa que devemos educar nossos bebês. Por que educar um bebê? O que isso significa? Primeiro, como diz o ditado, educação vem do berço – na minha opinião, literalmente. Segundo, porque não adianta querer colher pêssegos se foi plantado tamarindo… Educar desde bebê significa vivenciar valores humanos no dia-a-dia, ser exemplo, pensar no que se faz e no que se diz. É bem óbvio que ninguém está falando para colocar o recém-nascido de castigo porque ele não obedeceu e chorou de cólica… Mas demonstrar respeito, amor e, quando mais velho um pouquinho, colocar limites.

Se a gente parar pra pensar nos valores que a sociedade de modo geral tem mostrado, fica até irritado. Há uma valorização absurda de consumo. As crianças são sobrecarregadas com tantas coisas: brinquedos, estímulos, acesso a coisas muitas vezes voltadas para adultos… E os pais, sedentos por querer dar tudo aos filhos, não param para pensar: O que é bonito hoje, aos 3 anos, será bonito aos 18? Porque uma criança mandona, que grita com 3 anos, provavelmente, fará o mesmo aos 15, aos 18… A gente acaba permitindo muito quando eles são pequenos e bochechudinhos e, depois, não consegue controlar os adolescentes. Na minha (modesta) opinião, excesso de proteção, falta de limites na primeira infância é um caminho certo para adultos sem caráter, que não sabem lidar com o mundo e a realidade.

Tudo isso não significa que as crianças se tornarão bandidos, de modo nenhum. Mas, provavelmente, serão indiferentes à realidade, muitas vezes, cruel. Alguns, cheios de posse e de arrogância, passam a ser violentos – e chutar, espancar, bater – por aí por causa dessa insatisfação interna, falta de amor caloroso e muita valorização de que “sou especial e o mundo é inferior”. Outros, com pouco ou quase nada de posses, sentem a necessidade de se ter as coisas (materiais) que se dizem essenciais para sermos “melhores”. Em ambos os casos, há os problemas com o vício e suas consequências. Há muito mais questões do que essas, não tô aqui para discutir os aspectos antropológicos, sociológicos, psicológicos das questões de riqueza, pobreza, corrupção…

Acredito que, ao decidir ter um filho, as mães deveriam se perguntar: por que eu quero colocar mais uma pessoa no mundo? O que ela significará no meio onde viverá? Será apenas mais um? Ou fará a diferença, levará o amor para aqueles que o rodeiam?

Enquanto acharmos que o que se passa de triste na mídia não tem nada a ver conosco e continuarmos vivendo nossa vida egoistinha, o mundo permanecerá sempre o mesmo.

Eu não tenho meios de ir à Brasília mudar leis, eu não me tornei presidente, nem uma grande personagem que inspira o mundo. Mas eu me tornei mãe e isso pode ser muito mais poderoso, porque meus filhos podem, sim, ser aqueles que fazem a diferença e nos ajudam a vivermos em um lugar melhor.

P.S.: Por favor, isso não significa que vou educar meus filhos de modo que eles criem a expectativa de serem super e, depois, frustrarem-se por serem normais. Apenas vou educá-los de modo que tenham caráter e que não queiram ser nenhum imbecil nesse mundo…

A mãe que posso ser

Já há algum tempo, gostaria de escrever sobre “a mãe que eu posso/consigo ser”, mas a ideia nunca tinha sido materializada. Hoje, li um texto e passei por uma situação que me trouxeram até aqui.

A Glau, do Blog Coisa de Mãe, escreveu hoje um post maravilhoso sobre isso, tendo como foco o jeito de uma mãe ser – “Amor demais não faz mal” trata de como algumas pessoas condenam a cama compartilhada, tendo como argumento de que isso pode deixar as crianças inseguras.

Mais tarde, visitei uma amiga que acabou de ter seu segundo bebê. A pequena tem quatro dias e o mais velho, 1 ano e meio. Acredito que a experiência do segundo filho seja realmente diferente, principalmente porque vc precisa lidar com outra criança além do recém-nascido. Lá, com a pequena no colo e o pequeno correndo de um lado para o outro, senti a quantidade de cobrança, de jeitos, sugestões e etc.  do que devia ou não ser feito.

As duas vivências me trouxeram à memória (bem viva por sinal) as minhas questões sobre “o jeito certo de ser mãe”.

Antes de parir, a gente cria, internamente, um monte de expectativas e regras do que será a experiência com um bebê, um filho, a criação. Entretanto, quando eles nos chegam nos braços, percebemos quão distante estávamos da realidade e ficamos inseguras. Quando meu filho nasceu, eu trazia comigo vários modelos de mãe ideal que eu gostaria de ser. E percebi que eu não conseguiria ser nenhuma delas.

O primeiro ano do meu filho foi um dos mais difíceis da minha vida. Havia tantos jeitos de se cuidar de um bebê: jeito certo de amamentar, cama compartilhada (ou não), rotina (ou não), livre demanda de amamentação (ou não). Para tudo o que você decidir fazer, haverá a turma do sim e a do não.

Como se não bastasse a cobrança interna da própria mãe, muitas pessoas que estão ao nosso redor – baseadas em suas experiências, inseguranças, sentimentos – passam a opinar sobre o que você está fazendo. “Olha, não é assim que se amamenta”, “Ah, quando você era pequena, não foi tão difícil”, “Eu nunca fiz isso para meu filho e ele é uma pessoa maravilhosa”… por aí vai. Ninguém faz isso por maldade, faz porque acha certo e quer compartilhar, quer que a mãe tenha uma experiência menos sofrida.

Entretanto, o peso que essas “sugestões” pode ter para uma mãe (e sua enorme carga de culpa, porque, aqui entre nós, parece que ser mãe é sentir-se culpada) é enorme. Quer dizer, as pessoas falam e a gente fica mais angustiada, porque cada um fala uma coisa e a impressão que se tem é que estamos sempre erradas.

Eu demorei muito para chegar a essa conclusão: NÃO EXISTE JEITO CERTO DE SER MÃE (como disse a Glau mais cedo)! Nós somos – e sempre seremos – a mãe que podemos ser, vamos fazer o melhor possível. Nem sempre o melhor de mim é o melhor para o outro. Eu posso ser assim. O mais legal não é nem isso: é que nós somos a melhor mãe possível para os nossos filhos. Nossos filhos têm a mãe que podem ter. Não estou querendo apoiar as loucas que jogam e maltratam suas crianças. Estou falando de nós: você, eu, ela. Nós somos assim, temos esse jeito, acreditamos nessas coisas. E pronto. Não me venha me fazer sentir culpa por eu não ser de outro jeito. Se precisar melhorar, mudar, eu vou. Mas não me diga o que é certo ou errado – deixa eu descobrir! Não me venha dizer como ser a mãe do MEU filho…

Algumas mães acreditam que a cama compartilhada é importante, outras não. E daí? Nem uma, nem a outra devem ser julgadas. Algumas mãe não estabelecem rotinas para seus filhos, outras são rígidas demais. Há a livre demanda e há o peito a cada certa quantidade de tempo. Ninguém está errada. Cada uma saberá sentir o que faz mais sentido para ela. Nós sabemos que, quando precisa, perguntamos. Sim, eu vou perguntar se eu perceber que há algo errado.

Agora, queridas amigas mamães, por favor. Cada uma tem um jeito de tratar seu próprio filho. Você pode não querer fazer o mesmo com o seu, mas julgar a outra, apontar, condenar, fazer comentários querendo dizer de como a outra está errada é muita, muita sacanagem. Deixe espaço para que ela pergunte a sua opinião, mas não faça uma mãe se sentir mal por ela ser diferente de você, não é mesmo?

Na verdade, na verdade mesmo (tá, pra mim), é que não faz a menor diferença a quantidade de comida que a mãe põe na colher, o modo como ela organiza a alimentação ou o sono. Nós não temos muitas certezas do que fará aquela criança um adulto feliz, realizado. A gente sabe que cada um tem as suas dificuldade e vai descobrir um jeito de seguir adiante. Não dá para afirmar com certeza de que a criança que dorme com a mãe é insegura e a que tem muitas regras é topada. Mas, isso sim, podemos afirmar que cada mãe constrói um laço com seu próprio filho e quanto mais segura ela estiver, mais felizes os dois estarão.

Afinal de contas, duvidar da capacidade de uma mulher ser mãe (dar conta do recado) é como duvidar da virilidade de um homem.

Enxoval para bebês – os itens, algumas dicas e várias explicações

Como estou grávida outra vez, precisei ir atrás de enxoval novamente. Eu não lembrava tudo o que ia, passei em uma loja e peguei uma lista. Ao ler cada uma das sugestões, fiquei refletindo sobre como aqueles itens tinham sido úteis – ou não – para mim. Neurótica que sou, passei em várias lojas, peguei várias listas e montei a minha baseada nas sugestões e na minha experiência anterior.

Resolvi passar a lista para uma amiga que está grávida do primeiro filho. Pensei em como queria ter lido explicações qdo estava grávida e pensei em compartilhar aqui no blog.

O que percebi é que algumas coisas, por mais que pareçam úteis, são apenas empurradas pelas vendedoras porque elas querem comissão. Outras, são importantes para mim, mas não foram para outras mães e vice-versa. Por isso, leve em consideração:

  • a lista é apenas uma sugestão baseada na minha experiência. Não sou médica, nem psicóloga, nem enfermeira. Sou mãe e foi pensando nesta rotina que escrevi a lista.
  • Por favor, adicionem, sugiram e perguntem conforme acharem necessário, certo?

As explicações para cada item vem logo abaixo. Às vezes, se achei que o item é uma opção, escrevi “opcional“. Outras vezes, as explicações eram maiores, então, coloquei pequenos textos no fim da lista. Vale a pena dar uma lida, porque eu explico melhor porque coloquei ou deixei de colocar certos itens.

Enxoval Bebê

Banho e Higiene

1 Banheira

1 suporte de banheira                          Leia Mais: “A Banheira e o trocador” (mais abaixo)

1 suporte para banho

1 trocador

3 toalhas com capuz

3 toalhas fralda

A toalha fralda é uma toalha que, adivinhem!, vem com uma fralda por dentro. Ela é excelente para enxugar o pequeninos, já que a pele deles é muito delicada.

1 Shampoo/Condicionador

1 Sabonete

1 saboneteira

1 sabonete líquido

1 esponja suave para banho (luva)

Esponja em forma de luva, feita de tecido, especial para a pele do bebê

1 Cotonetes com protetores

1 colônia

1 conjunto para manicure

Tesourinha, lixa, cortador de unha

3 cremes para assadura

1 escova e pente para cabelo

3 loções higienizantes

1 massageador de gengiva

Isso pode parecer aqueles mordedores, mas não é. Para cuidar dos dentinhos dos pequenos, devemos começar antes. Isso é como uma escova, mas para os bebês. Achei muito útil.

1 óleo para massagem

1 pacote de algodão

Prefiro usar o algodão com água morna para limpar o bumbum no lugar do lenço umidecido, é menos agressivo à pele e mais barato

1 pacote de lenço umidecido

Levo os lenços para os passeios

 

1 kit de higiene potes para algodão, cotonete, etc.

Aqueles conjuntinhos que ficam em cima da cômoda e facilitam pegar esses itens

1 garrafa térmica

para pôr água morna para limpar o bebê

1 porta-fraldas

4 fralda descartável RN

4 fralda descartável P                                               Leia Mais “Chá de fralda”

6 fralda descartável M

4 fralda descartável G

 1 termômetro clínico

1 umidificador de ar                 Leia Mais “Outros itens de higiene e saúde”

1 vaporizador

1 bolsa pequena para água quente

bolsa para diminuir as cólicas do bebê – como aquelas que usamos quando nós estamos com cólica

  

Quarto

1 berço com colchão

Dê preferência por um que vire mini-cama e tire as grades laterais – como esse: http://www.uriartbaby.com.br/produtos/berço%20dani.jpg

Se vc puder, tb gosto da ideia deste – http://www.uriartbaby.com.br/produtos/Berço_modular(Small)%20bonato.jpg – que vira cama de solteiro depois.

1 varal para berço

Onde pendura o mosquiteiro – nem todos os modelos de berço vêm com esse item. É melhor perguntar na hora de comprar

1 cômoda/guarda-roupa

1 cesto para roupa suja

1 móbile opcional

1 mosquiteiro

1 posicionador para dormir

São aqueles rolinhos que se coloca ao lado do bebê. Há um alerta para que se tome cuidado. Alguns modelos não permitem que o bebê mude de posição se virar de barriga para baixo. Usei o modelo de um único rolo, que ficava de apenas um lado.

1 protetor de colchão

Protege o colchão dos vazamentos (que, sim, acontecem mesmo pequenos) durante o soninho

 

3 travesseiros anti-sufocantes

Para que tanto travesseiro? Como os pequenos regurgitam muito, às vezes vc precisa trocá-los para lavar. E um a mais para o carrinho

1 poltrona de amamentação

Nem todas as mães usam. Como o momento de amamentação deve ser tranquilo, às vezes, é muito útil ir para o quarto do bebê e amamentá-lo lá. À noite, também é mais fácil se vc estiver perto do berço.

1 abajour

Pode ser útil não só para embelezamento/iluminação do quarto. Se o seu bico rachar nos primeiros dias e vc não tiver onde tomar sol nos seios, o abajur é a solução (recomendada pelo médico)

1 lixinho

1 babá-eletrônica

1 cesto ou baú

Para brinquedos em poucos meses, o bebê pequeno e fofo estará espalhando seus brinquedinhos por todos os lugares

bichinhos anti-alérgicos opcional

aviso de porta/quadrinhos opcional

1 protetor de porta

Ótimo! serve para não deixar a porta bater. Além de evitar futuros machucados com dedinhos sapecas, é bom para que a porta não faça aquele barulhão ao bater e acorde o pequeno

1 dimer

Para controlar intensidade da luz – melhor que o abajur no requisito iluminação – e uso até hoje, 3 anos depois

2 cobertores de berço

2 colchas

4 fronhas avulsas

4 jogos de lençol para berço

2 kits de cabide opcional

6 fraldas de boca

Fraldas pequenas e servem, obviamente, para limpar a boquinha

3 caixas de fralda de tecido

Fraldas maiores, para aqueles que optaram por fraldas descartáveis, são muito úteis para cobrir os ombros, limpar boquinhas, proteger o bebê. O meu filho pegou o hábito de dormir com estes paninhos…

2 kits de berço

Os kits são caros, mas pense – o que fará quando precisar lavar o kit? deixará o bebê aonde?

1 manta anti-refluxo (ou travesseiro anti-refluxo)

Alguns bebês sofrem com o refluxo, por isso esses travesseiros ajudam a diminuir o incômodo

2 vira-mantas

Vira-manta são protetores – tecidos mais macios – para proteger o rostinho do bebê quando envolto na manta

  

Alimentação

2 bicos ortodônticos de mamadeira água – fase 1

2 bicos ortodônticos de mamadeira água – fase 2

4 bicos ortodônticos de mamadeira leite – fase 1                                                          Leia Mais “Os vários bicos de mamadeira”

4 bicos ortodônticos de mamadeira leite – fase 2

2 bicos ortodônticos de mamadeira líquidos engrossados – fase 1

2 bicos ortodônticos de mamadeira líquidos engrossados – fase 2

3 mamadeiras grande

2 mamadeiras média

2 mamadeiras pequena

1 chuquinha

2 chupetas fase 1 bico ortodôntico

Para aquelas mamães que irão adotá-la (não estou a fim de discutir sobre uso/não uso – meu filho usou até dois anos e meio e conheço crianças que não usaram)

2 chupetas fase 2

1 escova para mamadeira com 2 partes

uma para limpeza da mamadeira e outra para a do bico da mamadeira (são ruins de limpar sem escovinhas!)

1 pinça para mamadeira

para tirar a mamadeira da água fervendo…

3 potes para congelar leite materno

se você precisar sair, é só tirar o leite e congelá-lo. é um tipo de mamadeira que vc pode pôr no freezer. Foi útil para mim. Mas não é essencial.

1 porta leite em pó

Depois que o pequeno sair do peito, mas ainda tiver tomando o “mamá”, este é um item essencial para passeios…

1 porta-chupetas

1 porta mamadeira térmico

para carregar a mamadeira quentinha – opcional

2 prendedores de chupeta

1 cadeira de alimentação

1 jogo de talheres

1 copo treinamento

copo intermediário entre a mamadeira e o copinho para crianças um pouco mais velhas. Tem o bico um pouco mais mole.

10 babadores

sim, assim que começarem as papinhas, os pequenos sujarão tantos quanto possíveis

1 seringa para remédios (ml)

Alguns medicamentos já vem com elas, outros não. Já passei apuros por não saber quantos ml tinha em uma colher…

 

Passeio

1 bebê conforto

1 carrinho de passeio

1 colchonete para carrinho

Para acomodar o bb pequenino… parece que os carrinhos são um pouco duros… Também dá para dar o truque com um manta fofa

1 encosto para a cabeça opcional

3 jogos de lençol para carrinho

1 moisés

opcional: dá para usar o bebê conforto como moisés – eu usei e não tive problemas

1 sacola para roupinhas

use as sacolinhas que levará para a maternidade (explicação mais abaixo)

1 véu para carrinho

1 bolsa para passeio

1 trocador para bolsa de passeio

1 canguru ou sling

às vezes, é muito mais prático do que levar carrinho, ou levar no carrinho, como metrôs, ônibus e outros passeios

1 chapéu ou boné

1 porta-bebê/saco para dormir

prático nos primeiros meses, por isso penso que pode ser opcional

1 protetor solar para vidro de automóvel

isso não é um creme… é isso aqui: http://shopping.tray.com.br/theme/4/img/loja/4185/ofertas/296311g.jpg

 

Para a mamãe

1 almofada para amamentar

1 almofada para apoiar a barriga gestante

1 almofada para as costas da mamãe

4 caixa de absorventes para seios

1 concha para seios

Super recomendo. Tem vários tipos, é bom começar usar antes do bebê nascer e pode ajudar com bicos rachados, leite empedrado e etc. Muito bom mesmo!

2 protetores para seios

NÃO RECOMENDO!!!!! Usei nos primeiros dias, meu bico estava rachado e só piorou. As enfermeiras indicaram, mas quem me orientou (e acertou) no modo como amamentar me disse o quanto isso pode dificultar ao invés de colaborar. Posso estar errada, tá? Isso foi no meu caso.

 

Roupinhas

4 bodys manga curta RN

6 bodys manga curta P

4 bodys manga curta M

4 bodys manga curta G

4 bodys manga longa RN

6 bodys manga longa P

4 bodys manga longa M

4 bodys manga longa G

4 casaquinhos

2 cueiros

tecido que enrola o bebê, deixando-o calmo e com menos cólica (!) 

Leia Mais: “O segredo do cueiro e do bebê que chora menos…”

4 culotes (mijão) RN 

calças pequenas, com ou sem pé. São muito úteis!!!

6 culotes (mijão) P

4 culotes (mijão) M

4 culotes (mijão) G

3 conjuntos de pagão com mijão

O pagão é só uma blusinha. O bebê pode acabar ficando com a barriguinha de fora, por isso, é legal o macacão ou o body por baixo

4 macacões longo RN

6 macacões longo P

6 macacões longo M

4 macacões curto P

6 macacões curto M

3 camisetas manga curta M

3 camisetas manga curta G

3 camisetas manga longa P

3 camisetas manga longa M

4 pantufas

1 manta de piquê ou lese

6 pares meia 00

1 saída maternidade

Vale à pena pensar sobre o quanto vc quer pagar nesta roupinha. Na caixa, vem um macacãozinho e uma manta que combinam para serem usados ao deixar a maternidade. Dá para montar um jogo lindo e mais barato.

4 sapatinhos

2 toucas

2 luvas

 

Maternidade

Bebê

3 envelopes/sacos maternidade

para pôr as roupinhas do bebê para cada dia. Ótimo, depois vc pode usar para pôr roupa suja, mandar para a escolinha, etc

Para cada dia no hospital:

  • 1 conjunto pagão
  • 1 culote
  • 1 macacão comprido
  • 1 par de sapatinhos
  • 1 manta
  • 1 par de meias
  • 6 fraldas descartáveis

1 saída maternidade

2 chupetas

1 porta-chupetas

 

Mamãe

2 camisolas com robe

2 sutiãs amamentação

5 calcinhas

1 par de chinelos

2 pcts de absorvente higiênico noturno

1 par de conchas

1 kit higiene e limpeza

2 cx lembrancinhas

1 enfeite de porta

 

A Banheira e o trocador

Existem vários modelos de banheira. Quando meu primeiro filho nasceu, comprei uma banheira simples com um suporte comum. Achava as outras banheiras muito frescas. Isso foi até eu conhecer alguém que tinha uma com o trocador em cima da própria banheira: ótimo… é muito mais fácil vc trocar seu bebê no mesmo lugar em que deu banho, sem ter que ficar de uma lado para o outro com ele ou tendo que colocar a banheira no quarto. Hoje em dia também há um suporte para os bebês ficarem apoiados/sentados, mesmo quando muito pequenos. É ótimo porque dá segurança para as mamães que têm medo de da os primeiros banhos.

Chá de fralda

Algumas amigas fizeram chá de fralda e tiveram fraldas por muito, muito tempo. Se a gente parar pra pensar, um bebê usa, em média, 10 fraldas por dia. Quando for comprá-las, vale a pena calcular o valor unitário da fralda e não comparar preço do pacote, pois cada um vem com uma quantidade. O preço médio da fralda (unidade) é de R$0,80. Barato? Faça essa conta: 0,8 x 10 = R$8,00 por dia, 8 x 30 = R$240,00 por mês. Vale mais a pena pagar pelo enxoval e pedir fraldas no chá de bebê.

Outros itens de higiene e saúde

Algumas pessoas sugerem que você compre um termômetro de banho. Nunca tive, nunca queimei meu filho ou o congelei. É só experimentar a água com as costas da mão/cotovelo.

Outra sugestão é o aspirador nasal. Meu filho teve um monte de sujeira no nariz, mas eu colocava soro e depois limpava com o cotonete. O problema de qualquer coisa dessas é que vc pode empurrar ao invés de puxar…

Pergunte na maternidade se, por acaso, eles fornecerão o álcool 70%. Eu comprei antes – desavisada – e perdi um dos frascos porque não o usei…

Os vários bicos de mamadeira

Sim, há vários tipos de bicos.

Primeiro, eles devem ser ortodônticos, quer dizer, não farão mal ao crescimento dos dentinhos do seu pequeno. O formato é diferente daqueles redondo que acabam empurrando os dentinhos para frente.

Segundo, para cada tipo de líquido, há um tipo de bico. Isso porque em cada um deles, há um tamanho de furo diferente. O líquido não deve passar muito rápido, o que prejudica a sucção do bebê. Entretanto, uma vitamina é muito grossa para passar no mesmo furo que a água… Ter vários bicos é uma solução melhor do que aumentar o furo com a ponta da faca…

Não sei mais o que escrever, acho que fui BEM detalhista… Perdoem-me por esse lado maníaco. Aceito muitas sugestões!!!!

Quem paga por nossas escolhas

O problema das nossas escolhas é que geralmente não somos os únicos a pagar por elas – principalmente quando se é mãe.

Outro dia fui ao cinema com uma amiga e minha mãe numa sessão mais tarde, às 23h. Queríamos ver a estreia de Harry Potter (sim, eu adoro), meu marido topou ficar com o pequenucho e achamos deliciosa a ideia de irmos ao cinema tão tarde para ver algo tão esperado. Quando fomos dormir, já era mais de duas horas da manhã.

No outro dia, adivinhem como fiquei… um bagaço, claro. É lógico que vários fatores contam para eu ficar tão cansada apenas por ir dormir tarde, já que eu não bebi, não dancei, não fiz nada demais. Acho que a gravidez é um deles. O fato é que eu estava tão cansada que às 11h da manhã meu marido me mandou tirar um cochilo, porque ele faria o almoço. O almoço não saiu: quando acordei, ele argumentou que ainda estavam sem fome e estavam me esperando. Fomos almoçar mais de duas horas da tarde. Meu domingo foi horrível, passei-o morrendo de preguiça, sem conseguir dar a menor atenção ao meu filhote. Meu marido passou-o jogando vídeo game e, depois, assistindo ao futebol. Quando me dei conta, já era tarde, não tinha janta e o Cauê estava desmaiando de sono, todo irritado. Assim que ele dormiu, fiquei pensando em como nossas escolhas atingem quem menos pode se defender.

Parei para pensar em várias decisões, nas várias vezes em que estou cansada de ser mãe (sim, sou humana e sinto isso) e quero pensar somente em mim mesma. Pensei no quanto eu trabalhava há pouco mais de um ano, focando somente na minha carreira, pensei em escolhas que fiz em função daquilo que eu gosto, sem pensar nos outros ao meu redor.

Eu sempre achei que o mundo tinha que entender essas escolhas e “pronto-acabou”. Não tinha percebido como as pequenas, principalmente, afetam alguém que está aqui porque fiz uma escolha – tê-lo – e ele não tem muitas opções além daquelas que eu tomar.

A gente bem sabe que toda mãe é filha de Deus e merece (deve) ter momentos somente dela. A gente precisa ser feliz para fazer os filhos felizes. Entretanto, acredito que, muitas vezes, principalmente hoje em dia, a gente fica fazendo escolhas para sermos felizes sem levar em conta se alguém está infeliz por isso.

Os pequenos ainda não conseguem tomar decisões por eles mesmos, não conseguem dizer que estão infelizes com a gente ou com a vida e todas as vezes que escolhemos sermos “felizes” independente deles, eles não podem fazer nada a não ser aceitar. Meu filho só come se eu puser comida no prato dele; só toma banho se eu o mandar para o chuveiro, só escova os dentes quando avisamos – ele tem apenas três anos. Feliz ou infelizmente, até uma certa idade, ele só tomará boas decisões se eu indicar o camiho e, para isso, eu preciso abrir mão da “minha felicidade” para tentar alcançar a “nossa felicidade”.

Acho que este é um assunto muito difícil e que mexe com todos. Ninguém deve ser julgado, mas nós devemos, sim, avaliarmos a nossa posição como mães (pais) e pensar o quanto fazemos nossos filhos felizes. Quando percebi isso, deixei de querer reclamar tanto das escolhas que tenho feito. Afinal de contas, em alguns anos, os filhos se vão e eu ficaria reclamando por tudo que não fiz…

P.S.: Não estou defendendo fazer todas as vontades dos filhos. Sou contra sermos servas dos pequenos. Estou falando apenas da disciplina que a vida exige das mães.

P.S.2: Também não estou defendendo abrirmos mão totalmente de quem somos para cuidar dos filhos, aos modos de antigamente. Por favor, não, depois, quando os filhos se vão, as mães entram em depressão. É preciso que sejamos nós, cuidemos de nós, sejamos felizes, mas com limites (também)!

A vida como uma caixa de chocolates

“Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you’re gonna get.” (Minha mãe sempre disse que a vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que pegará. – algo assim) Essa é um expressão do filme “Forrest Gump” que eu adoro. A gente nunca sabe o que vai encontrar, acontecer, mudar, chegar… e isso é muito legal.

Meu filho ainda estava com o gesso e a previsão era 6 de dezembro. Eu ainda estou grávida e a previsão é 11 de abril.

Ontem descobri que as contrações que estou sentindo, por mais normais que sejam (contrações de braxton hicks), estão um pouco adiantadas: começariam a partir de 24 semanas e eu estou com 20 (tá, acabei de ler q, por ser segunda gestação, elas podem aparecer antes da 24a). Depois de ir ao médico para consulta do mês, eu vi que elas estava acontecendo quase que de hora em hora, mas por causa do número de coisas que tenho fazendo…

Também no dia de ontem, percebi que o gesso do Cauê estava mole na parte de cima do joelho. Pedi para que ele tentasse mexer a perna e ele estava movimentando a parte superior, diferentemente de quando o gesso estava mais firme. Lá vai mamãe ligar no hospital, descobrir que precisa ir lá para trocar o gesso e chamar a amiga (obrigada, Helen!) para me ajudar (lembra que eu estava com contrações?).

Tá, cheguei na parte da caixa de chocolates: ao invés de trocar o gesso, depois de tirar uma radiografia, o médico achou que o anjo poderia ficar sem o gesso. Fiquei tão emocionada, feliz e surpresa!!! Ver meu filho sem o gessinho, por mais que eu saiba que não foi nada, ele estava bem, etc, foi muito legal, principalmente quando chegamos em casa e ele tentou andar!!!!!

Na semana em que levei um susto porque minha pequena ainda em fase uterina resolveu brincar com a médica e não permitir que escutássemos seu coração (fazendo com q eu corresse para a ultrassonografia), meu pequeno em fase do jardim infância resolveu quebrar sua perna. Um mês depois (exatamente), no mesmo dia da descoberta das contrações, o gesso foi deixado para trás. Podem ser somente coincidências, mas eu gosto de pensar que são um daqueles chocolates que não sabíamos estar dentro da caixa e que adoramos encontrar… não é?

Os verdadeiros culpados – ou “Os filhos e ‘A culpa é do Fidel'”

Hoje assisti ao filme “A culpa é do Fidel”. Aluguei-o por boas indicações, mas sem saber exatamente do que se tratava. Adorei. Achei-o fantástico. Trata-se de uma narrativa sobre uma pequena menina francesa que vê a ideologia socialista/comunista adentrar em sua casa através da vivência de seus pais no começo da década de 1970. A garotinha tenta entender porque os hábitos antigos foram mudados, questionando a tudo e a todos, inclusive a própria ideologia seguida por seus pais.

Não pretendo discutir política, história, sociologia ou qualquer coisa neste sentido.

Observando o filme e, ao mesmo tempo, meu filho de 3 anos sentado no chão, brincando à vontade, comecei a me questionar a respeito dos valores que transmitimos às gerações sequentes… Eu gosto tanto de oferecer conforto, qualidade, variedade, etc ao meu “garçon” (menino)… não dou tudo a ele, mas a gente sempre quer o melhor para os filhos. Entretanto, o que ofereço além de alimentação, conforto, educação escolar e objetos materiais? Qual é a ideologia que lhe transmito? Será que seremos uma “Simpson’s family” fútil? Tá bom, sei que não ofereço tanto a ele nem sou o tipo de pessoa que não transmite valor algum.

Ainda assim, o que vivemos? Qual é nossa rotina? Como é o mundo hoje? Parece não haver nada além de coisas virtuais e materiais. Parece que isso é a única coisa que se enxerga hoje em dia. E DEFINITIVAMENTE não é isso que gostaria que meus filhos vivenciassem.

Posso ser pretenciosa só um pouquinho? Posso fazer uma lista do que desejo para eles (e deles)? Sei que não sairão aos meus pedidos, mas fico pensando em quem serão e isso me preocupa muito.

  • Gostaria que meus filhos tivessem muita imaginação e conseguissem brincar longiquamente, sem necessariamente muitos brinquedos ao redor. – Para não ser como aquelas crianças que só sabem brincar se tiverem com um brinquedo (da última geração).
  • Gostaria que se interessassem por Arte (plásticas, música, literatura, etc), soubessem muito História, tivessem uma boa noção de Geografia. – Para nunca fazerem papel de “idiota” (fool) ou burro mesmo.
  • Gostaria que falassem outras línguas além do óbvio inglês. – Parece bobo, mas apenas nas Américas fala-se somente duas línguas (os americanos falam somente inglês!). Em outros países, mesmo na Europa, as pessoas dominam sua língua materna, o inglês e alguma outra língua ou dialeto. Quanto mais línguas se fala, maior é seu vocabulário e, como dizia uma professora da faculdade, “nós somos do tamanho de nosso vocabulário”.
  • Gostaria que conhecessem mais lugares e culturas no mundo do que eu conheci e sequer imagino que existam. – Assim, eles saberão que nunca se é o centro do universo e que o mundo é muito maior do que se pode enxergar.
  • Gostaria que fossem generosos, com uma leve ingenuidade e muita astúcia – podendo oferecer o necessário a quem precisa e não sendo passados para trás.
  • Gostaria que acreditassem em alguma coisa, seja Deus, Maomé ou o Amor ou somente o Universo, mas que tivessem fé de que há algo maior e que nos dá força.
  • Gostaria que acreditassem em si mesmos, sabendo que o que há de maior neste universo está também dentro deles – mas não gostaria que sua auto-estima fosse maior que sua humildade.

A dificuldade de se ensinar tudo isso é porque precisamos vivenciá-las, precisamos ser exemplos e encorajadores deste tipo de prática. Mesmo assim, não há garantias de que termos sucesso.

O que tudo isso tem a ver com o filme? Acho que relaciona-se muito mais à época. Lá, havia algo concreto para se lutar, as ideologias pareciam claras e as pessoas mais engajadas. Não quero discutir a necessidade (ou não) de ideologias ou lutas e bláblá. Apenas acho que poderíamos transmitir muito mais do que transmitimos. Para sermos os verdadeiros culpados por alguma coisa (boa, tomara).

Exemplo de uma mãe corajosa – blog “My baby’s history – a história de Theodoro”

Ontem escrevi de como dói ver um filho sofrendo. Até citei que eu sabia que o problema do Cauê é ridículo de pequeno – não querendo minimizar seu sofrimento, de modo algum. Alguns meses atrás, visitei um blog de uma mãezinha com um filho menor de um ano e com muitos problemas de saúde. Algo que estava bem difícil de diagnosticar. Através dos textos, ela contava a trajetória desse pequeno tão corajoso e tão cheio de dificuldades.

O tempo passou e eu me esqueci de entrar novamente no blog. Hoje cedo, quando abri o meu Twitter, vi uma msg de alguém que dizia estar triste pelo Theozinho – nome do bebê que estava doente. Resolvi procurar o blog para saber se era ele mesmo que estava sendo citado. Era.

Não vou contar a história dele aqui, acho que vale a pena entrar no blog e ler o caminho trilhado por essa família. Acho que a mãe, Aline, mostrou-se corajosa, cheia de fé e amor, enfrentando os sequentes problemas de modo impressionante. Ela é um exemplo a ser seguido em momentos tão difíceis.

Estou aos prantos…

O blog é o “My baby’s history“.

A dor de uma mãe com as dores dos filhos

Desde que meu filho nasceu, há três anos, tenho lidado bem com seus momentos de dor. Para tomar vacina, eu que o levo. Pro médico examinar, eu é que o tranquilizo e outros momentos tenho agido de modo semelhante. Eu sabia que ele estava sofrendo, mas conseguia manter-me calma, pois também sabia que o sofrimento era momentâneo. (Exceto por um único momento em que ele engasgou, ficou sem ar e eu me desesperei dois anos atrás). Meu marido sempre sofreu mais, chorou, quis bater no médico/enfermeira e todos os que ajudavam meu pequeno chorar; eu sempre fui mais tranquila e chegava a ficar brava com o bem. Até sexta-feira passada.

Naquela bela manhã, eu saí com minha sogra. No shopping, recebi um telefonema da escola (que sempre nos gelam):

– Oi, aqui é da escola Waldorf, quem fala?

– É Sofia.

– Oi, Sofia. Você é a mamãe do Cauê, não é? Então, ele caiu, tá chorando um pouquinho. Tá tudo bem, ele tá no colo da professora agora, mais calminho. Não foi nada demais, aparentemente, mas como ele não consegue pôr a perninha no chão, achamos que seria melhor se alguém o levasse ao médico. Você acha que tem como buscá-lo?

Eu (bamba, segurando nas roupas penduradas da loja) respiro fundo:

– Tem sim, claro, mas tá tudo bem? O que aconteceu?

– Tá, sim, ele caiu, bateu a perninha e tá roxo. Como ele chora quando põe o pé no chão, achamos melhor te ligar. Mas venha com calma, tá? (Tipo, ela tava sacando que eu atropelaria metade do mundo no trajeto)

Lá fomos nós para escola. No caminho, fui falando para minha sogra (para tranquilizá-la) que é moleque, menino é assim mesmo, que não devia ser nada demais e blábláblá.

Quando cheguei na escola e o Cauê me viu, ele deu um berro e começou a chorar muito, de um modo que nunca tinha visto. Gelei. Fui até ele, peguei-o no colo e não quis soltá-lo mais, nem ele queria me soltar. Como estou grávida, todos tentavam nos convencer de que ele deveria ir para o colo da vovó.

Levei-o para o hospital correndo. Realmente, não tinha nada – apenas um galinho roxo no meio da canela. Imaginei que ele tivesse torcido o pé ou o joelho, qualquer coisa assim. O médico do plantão – que, por sorte, é um dos que eu mais gosto (obrigada, Dr. Álvaro) – nem quis pôr a mão para não judiar do meu mocinho, já o mandou direto para a radiografia. Também, por sorte, minha sogra estava lá e pode entrar com ele – já que eu também não poderia por causa da gestação. Ele não estava chorando, ele estava berrando, gritando de dor. E eu? Eu estava do lado de fora, sem saber o que acontecia e sem poder fazer nada.

Enquanto esperávamos a resposta, colocaram o filhote em uma cama. Eu consegui acalmá-lo, brincando e fazendo-o rir um pouco. Quando o médico chegou com a radiografia e cara de “é, não é exatamente o que imaginávamos”, gelei.

– Olha, é fratura. Não é fraturinha, é fratura mesmo.

(De costas para o Cauê, apoiei no médico, fraquejando, sabe, e meu olho encheu de lágrima.) Ele continua:

– Eu estou encaminhando vocês para o outro hospital onde está o ortopedista, assim ele analisa melhor se precisará somente de um gesso ou colocar pino.

Em um momento como esse, tudo o que se quer é abraçar alguém e chorar. Não porque seja uma tragédia. Não é, eu sei, há coisas muito mais graves e difíceis neste mundo. Mas porque dói muito ver a dor do filho e não ter muitas coisas a seu alcance para que passe, principalmente, porque a gente sabe que fratura é algo que dói por vários dias .

Respirei fundo, virei de novo para o bonito e exclamei:

– Vai ganhar uma bota!

O que havia de ser feito? Ele não podia ver como eu estava, pois eu sabia que ele contava com a minha força para ficar bem. Eu sempre digo que você sabe se a sua situação está feia pela reação da sua mãe. Se sua mãe tá chorando, desesperada, é porque a coisa tá horrorosa – eu não conseguiria ficar bem vendo minha mãe desesperada. Imagine os pequenos que tem na gente seu único apoio?

Os dias que se seguem vão, aos poucos, tornando-se mais tranquilos. No primeiro dia, ele reclamou bastante de dor e ficou bem quietinho. Hoje, três dias depois, já consegue se mexer bastante, arrumando-se sozinho no sofá em que está deitado. Consegue, inclusive, dormir de lado. Por isso, além da dor que senti ao vê-lo sofrer, estou sentindo muito orgulho deste meu pequeno loiro corajoso: não fica fazendo drama, chorando à toa, está tentando ficar bem e feliz, enfrentando o momento com muita força. Demais. Parece até bálsamo para um coração que ficou tão apertado!